Novo estudo questiona ligação entre anemia e frequência escolar na Índia

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Por Bia Chacu
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Sala de aula com carteiras vazias e livros.

São PauloUm novo estudo revisitou a correlação entre anemia e frequência escolar na Índia, contestando conclusões anteriores. Geralmente, esforços para reduzir a anemia são promovidos como uma forma de melhorar a educação e combater a pobreza em países de renda baixa e média. Contudo, a pesquisa revelou que a ligação entre anemia e frequência escolar não é tão forte como se acreditava.

Pesquisadores analisaram mais de 250.000 adolescentes de 15 a 18 anos na Índia. Estudos anteriores sugeriam que anemia poderia influenciar na frequência escolar. Contudo, este novo estudo utilizou métodos estatísticos rigorosos e não encontrou nenhuma conexão significativa.

Principais pesquisadores neste estudo incluem:

  • Santosh Kumar, Universidade de Notre Dame
  • Jan-Walter De Neve, Universidade de Heidelberg
  • Omar Karlsson, Universidade de Lund
  • Rajesh Kumar Rai, Universidade de Harvard
  • Sebastian Vollmer, Universidade de Göttingen

Santosh Kumar, professor associado na Universidade de Notre Dame, trabalhou no estudo. Ele destacou que pesquisas anteriores usaram métodos ultrapassados ou analisaram áreas pequenas, o que limitou a utilidade dos resultados. Kumar afirmou que estimativas passadas podem estar incorretas por não considerarem fatores domésticos importantes que afetam tanto a anemia quanto a frequência escolar.

Pesquisadores deste estudo analisaram adolescentes vivendo no mesmo lar para compreender melhor a relação entre anemia e a frequência escolar. Eles descobriram que o impacto da anemia na frequência escolar não é tão significativo quanto se acreditava anteriormente.

O estudo é essencial para os formuladores de políticas na Índia. O país enfrenta problemas com crianças e adolescentes que não frequentam a escola regularmente e apresentam problemas de saúde como anemia por deficiência de ferro. A Índia deseja melhorar a educação conforme os objetivos das Nações Unidas. No entanto, Kumar afirma que são necessárias mais pesquisas para identificar soluções eficazes.

O projeto recebeu financiamento de diversas fontes:

  • Fundação Alexander von Humboldt
  • Conselho Sueco de Pesquisa
  • Departamento de Saúde e Bem-Estar Familiar do Estado de Bengala Ocidental, na Índia

Este estudo dá continuidade ao trabalho anterior conduzido por Kumar e sua equipe. Eles examinaram um programa na Índia que adicionou ferro às refeições escolares para estudantes de 7 e 8 anos. Descobriram que o ferro adicional ajudou a reduzir a anemia, mas não melhorou o desempenho escolar.

Pesquisadores iniciarão um novo estudo no verão de 2024 para testar os efeitos da adição de ferro nas dietas de crianças de 3 a 5 anos. Eles acreditam que fornecer mais ferro aos pequenos pode beneficiar significativamente seu crescimento físico e mental.

Kumar destacou que suas descobertas são cruciais para formuladores de políticas que buscam melhorar a educação e reduzir a pobreza. Ele enfatizou a necessidade de análises estatísticas mais robustas para investigar a relação entre anemia e educação.

A pesquisa de Kumar busca por políticas de saúde baseadas em evidências que possam melhorar a vida das pessoas. Ele estuda principalmente como a saúde global e a redução da pobreza estão interligadas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s43856-024-00533-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jan-Walter De Neve, Omar Karlsson, Rajesh Kumar Rai, Santosh Kumar, Sebastian Vollmer. Relationship between adolescent anemia and school attendance observed during a nationally representative survey in India. Communications Medicine, 2024; 4 (1) DOI: 10.1038/s43856-024-00533-8
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