Reavaliando o resfriamento oceânico: queda moderada do século 20 era menos intensa do que se pensava

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Por Chi Silva
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Ondas do oceano com sobreposição de dados históricos de temperatura.

São PauloUm estudo recente publicado na revista Nature revela que as temperaturas dos oceanos no início do século 20 eram mais altas do que se pensava. Essa descoberta altera nossa compreensão sobre as mudanças climáticas passadas e a conexão entre as temperaturas do oceano e da terra.

Título: Incertezas nas Medições de Temperaturas Oceânicas do Século XX

  • As temperaturas dos oceanos entre 1900 e 1930 podem ter sido registradas de forma subestimada devido a técnicas de medição inadequadas.
  • A diferença entre as leituras de temperatura do oceano e da terra é maior do que os modelos climáticos previam.
  • Essa diferença não altera a estimativa do aquecimento global desde a era pré-industrial.

No passado, a medição das temperaturas do mar era inconsistente devido aos diferentes métodos utilizados nos navios. Os tripulantes costumavam usar baldes para medir as temperaturas do oceano, e esse procedimento variava entre diferentes embarcações e épocas. Devido a isso, as medições podem ter sido imprecisas e mostrado temperaturas mais baixas. Isso é relevante porque possuir dados climáticos corretos do passado nos ajuda a entender as mudanças climáticas atuais e futuras.

Título: Erros em Métodos Complicam Compreensão de Mudanças Climáticas

No início do século 20, a tendência de aquecimento de 1900 a 1950 confundiu os cientistas do clima. Uma nova interpretação sugere que, ao ajustar as temperaturas oceânicas, esse aquecimento seria menos intenso e se alinharia melhor com os registros de temperatura terrestre. Isso revela que as discrepâncias entre modelos climáticos e tendências do mundo real muitas vezes resultam de erros nos métodos em vez de falhas nos modelos ou mudanças naturais.

Este estudo é crucial, pois contribui para a elaboração de modelos climáticos mais precisos, fundamentais para prever o clima futuro. Dados confiáveis nos ajudam a melhorar a previsão das condições climáticas, tornando a infraestrutura e as respostas aos riscos climáticos mais eficazes. Além disso, dados consistentes sobre temperatura aumentam a confiança nas evidências de mudanças climáticas causadas pelo homem.

Corrigir erros em dados climáticos antigos é crucial para preservar e digitalizar essas informações. Cientistas climáticos recomendam o uso de diferentes abordagens para obter os dados mais precisos possíveis para estudos climáticos. A aplicação de múltiplos métodos ajudará a criar modelos mais exatos, que, por sua vez, contribuirão para o desenvolvimento de políticas climáticas e acordos internacionais sobre o clima.

Este novo estudo nos ajuda a compreender melhor como os sistemas climáticos afetam nosso planeta, proporcionando aos pesquisadores uma visão mais clara dos padrões de aquecimento passados e atuais. Ele destaca a importância de reavaliar dados antigos para chegar a conclusões mais precisas sobre o clima da Terra.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-08230-1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sebastian Sippel, Elizabeth C. Kent, Nicolai Meinshausen, Duo Chan, Christopher Kadow, Raphael Neukom, Erich M. Fischer, Vincent Humphrey, Robert Rohde, Iris de Vries, Reto Knutti. Early-twentieth-century cold bias in ocean surface temperature observations. Nature, 2024; 635 (8039): 618 DOI: 10.1038/s41586-024-08230-1
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