Avanço no uso de planta africana para combater a latência do HIV com conhecimento tradicional
São PauloEm uma pesquisa realizada pelo The Wistar Institute em colaboração com a Universidade de Buea, em Camarões, foi analisado o potencial do Croton oligandrus, uma planta africana, no contexto do HIV. Tradicionalmente empregada na medicina para diversos problemas de saúde, essa planta pode oferecer novas possibilidades no combate ao HIV. Este estudo destaca a relevância de explorar a medicina tradicional na busca por soluções para os desafios de saúde contemporâneos.
HIV continua a ser um grande problema de saúde global, sem uma cura disponível para todos. Embora a terapia antirretroviral (TAR) tenha avançado, o vírus permanece oculto em certas áreas do corpo. Para encontrar uma cura, os cientistas estão trabalhando para trazer esse vírus oculto à tona. Pesquisadores estudaram a planta Croton oligandrus e descobriram que seus compostos podem ajudar a reativar o HIV escondido. Quatro dos seis compostos foram eficazes nesse tratamento. Alguns desses compostos funcionaram bem em conjunto com outros medicamentos que visam reativar o vírus, tornando-os mais potentes.
O estudo revelou que o Croton oligandrus possui quatro compostos capazes de ativar o HIV adormecido. Esses compostos podem complementar os tratamentos atuais, aumentando sua eficácia. A pesquisa também destaca como essa planta, usada há tempos na medicina tradicional, pode ser integrada à ciência moderna.
Este estudo destaca uma mudança significativa na utilização do conhecimento tradicional e das substâncias naturais na busca por novos medicamentos. As plantas africanas, historicamente empregadas na medicina local, apresentam uma vasta fonte de recursos para tratamentos modernos. O Croton oligandrus, em particular, demonstra potencial para abordar problemas de saúde específicos de certas regiões. A integração do conhecimento local e dos materiais pode aprimorar nossas estratégias de pesquisa e tratamento do HIV, especialmente nas áreas mais impactadas pela epidemia.
Colaboração internacional impulsiona ciência na África
Este esforço coletivo destaca a importância da cooperação internacional na ciência. Ao compartilhar habilidades e recursos, os países podem gerar novas ideias e aprimorar pesquisas em regiões como a África Subsaariana. Treinar pesquisadores como Chantal Emade Nkwelle em laboratórios avançados assegura que conhecimentos e habilidades essenciais sejam transferidos e aplicados localmente.
Este estudo revela novas possibilidades para encontrar uma cura para o HIV ao combinar a medicina tradicional africana com metodologias de pesquisa avançadas. Ele enfatiza a importância de apoiar e preservar o conhecimento tradicional, pois pode ajudar a resolver problemas de saúde em todo o mundo. Com o avanço das pesquisas, o objetivo é identificar mais substâncias naturais da medicina tradicional africana que possam auxiliar na busca por uma cura completa para o HIV.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.2147/JEP.S472234e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Chantal Emade Nkwelle, Smith Babiaka, Clovis Metuge, Kimberly Liang, Unique Stephens, Seraphine Esemu, David Zuzga, Kristy Shuda McGuire, Luis Montaner, Roland Ndip, Ian Tietjen, Fidele Ntie-Kang. Croton oligandrus Pierre & Hutch (Euphorbiaceae) Extracts and Isolated Compounds Reverse HIV-1 Latency. Journal of Experimental Pharmacology, 2024; Volume 16: 413 DOI: 10.2147/JEP.S472234Compartilhar este artigo