Micropoluentes: nanoplásticos e PFAS alteram estruturas biomoleculares cruciais na nutrição infantil

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Por Alex Morales
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Nanoplásticos perturbando proteínas no leite sob o microscópio.

São PauloPesquisadores da Universidade do Texas em El Paso (UTEP) descobriram que nanoplásticos e produtos químicos eternos, conhecidos como PFAS, podem interferir em biomoléculas importantes. O estudo revela que essas substâncias podem alterar proteínas essenciais no leite materno humano e em fórmulas infantis, o que pode impactar o desenvolvimento de bebês.

Principais Descobertas:

  • Beta-Lactoglobulina (BLG): Esta proteína do leite se liga à vitamina A e aos ácidos graxos, essenciais para a visão e desenvolvimento cerebral dos bebês. A exposição a nanoplásticos e PFAS diminui a eficiência de ligação da BLG.
  • Alfa-Lactoalbumina: Presente no leite materno humano, esta proteína auxilia na formação da lactose. Contaminantes como nanoplásticos e PFAS comprometem a formação da lactose, afetando a imunidade e a absorção de minerais nos bebês.
  • Mioglobina: Esta proteína, vital para o armazenamento de oxigênio nos tecidos musculares, também é impactada. Seu funcionamento prejudicado pode levar à falta de ar e anemia.

Produtos químicos artificiais estão ao nosso redor. Nanoplásticos são minúsculas partículas originárias da degradação de itens maiores de plástico, como garrafas e embalagens de alimentos. PFAS são encontrados em objetos do dia a dia, como utensílios de cozinha e roupas.

Professor Mahesh Narayan, Ph.D., da UTEP, e sua equipe publicaram suas descobertas no Journal of the American Chemical Society e ACS Applied Materials and Interfaces. Eles descobriram que nanoplásticos e PFAS alteram a conformação de regiões proteicas de alfa-hélices para folhas beta. Essa mudança foi inesperada e observada em vários tipos de proteínas.

Eles descobriram que a capacidade da beta-lactoglobulina de reter nutrientes essenciais diminui quando entra em contato com esses contaminantes. Pela primeira vez, observaram que PFAS pode se ligar a essa proteína e possivelmente usá-la para se deslocar pelo corpo humano.

Nanoplásticos e PFAS podem danificar a alfa-lactalbumina, uma proteína crucial para a produção de lactose. Alterações nessa proteína podem levar a problemas de desenvolvimento em bebês.

A mioglobina, responsável pelo armazenamento de oxigênio, pode ser prejudicada por esses contaminantes. Isso pode levar a sérios problemas de saúde, como anemia e dificuldades respiratórias.

Experimentos adicionais revelaram que os nanoplásticos comprometem a mobilidade dos vermes de maneira semelhante ao paraquat, um químico associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson.

Narayan enfatizou que estudar como esses contaminantes nos afetam em pequena escala pode levar à criação de opções mais seguras. Essas descobertas podem ter um impacto significativo nas regulamentações de saúde e meio ambiente.

Robert Kirken, o Reitor da Faculdade de Ciências da UTEP, afirmou que essa pesquisa é extremamente inovadora. A equipe pretende continuar estudando como diferentes plásticos e compostos PFAS afetam o meio ambiente.

Este trabalho destaca a relevância da pesquisa científica para resolver problemas globais e melhorar as condições de saúde e ambientais.

É vital que todos, incluindo autoridades de saúde pública e a população em geral, estejam cientes desses problemas. Um estudo da UTEP descobriu uma ligação crucial entre partículas plásticas minúsculas, PFAS, e seu possível impacto na nossa saúde.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1021/jacs.4c02934

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anju Yadav, Lela Vuković, Mahesh Narayan. An Atomic and Molecular Insight into How PFOA Reduces α-Helicity, Compromises Substrate Binding, and Creates Binding Pockets in a Model Globular Protein. Journal of the American Chemical Society, 2024; 146 (18): 12766 DOI: 10.1021/jacs.4c02934
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