Origem ancestral do kefir revelada em antigo queijo

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Por Chi Silva
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Pedaços de queijo antigo ao lado de ingredientes de kefir.

São PauloCientistas conseguiram extrair e analisar DNA de queijo antigo encontrado junto às múmias do Tarim Basin na China. Esses exemplares de queijo têm cerca de 3.600 anos e oferecem insights sobre as origens do queijo kefir e o desenvolvimento de bactérias probióticas. A pesquisa revela que o queijo era produzido a partir de diferentes tipos de leite e desempenhava um papel importante na dieta e cultura das pessoas durante a Idade do Bronze.

Pesquisadores analisaram amostras de laticínios e identificaram seu DNA, confirmando que se tratava de queijo kefir. Encontraram ali bactérias e fungos importantes, como Lactobacillus kefiranofaciens e Pichia kudriavzevii, essenciais para a produção de kefir. Os resultados sugerem que o kefir pode ter sido consumido na região de Xinjiang, no Noroeste da China, desde a Idade do Bronze, o que contraria a crença de que o kefir surgiu apenas no Cáucaso do Norte.

Esta descoberta revela que a forma como os antigos preparavam seus alimentos impactava sua saúde e continua a influenciar as técnicas modernas de processamento de alimentos. Aqui estão alguns pontos principais das descobertas:

A análise dos queijos revelou a presença de DNA de vaca e cabra, indicando uma variedade no uso de laticínios. Além disso, o Lactobacillus kefiranofaciens encontrado nos exemplares tem maior afinidade com o grupo genético tibetano. Este estudo proporciona novos entendimentos sobre a evolução das bactérias probióticas e sua adaptação aos humanos.

Estudo revela a interação de povos da Idade do Bronze com o meio ambiente. A pesquisa sobre a evolução de Lactobacillus kefiranofaciens oferece uma compreensão mais profunda dos ecossistemas microbianos antigos. As mudanças genéticas da bactéria, que promovem uma fermentação estável, destacam a relação duradoura entre humanos e micróbios.

Esta descoberta ressalta a importância da colaboração entre diferentes áreas para desvendar mistérios históricos. Ao aliar achados arqueológicos a novas técnicas de estudo genético, podemos aprofundar nosso entendimento sobre a vida ancestral. O estudo demonstra como a análise de DNA pode ser aplicada para investigar outros artefatos antigos, ampliando nosso conhecimento sobre nossos ancestrais e o mundo em que viveram.

Esta descoberta altera nosso conhecimento histórico e nos ajuda a compreender melhor a evolução conjunta entre humanos e micróbios. Revela como os hábitos culinários antigos ainda influenciam as culturas alimentares modernas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2024.08.008

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yichen Liu, Bo Miao, Wenying Li, Xingjun Hu, Fan Bai, Yidilisi Abuduresule, Yalin Liu, Zequan Zheng, Wenjun Wang, Zehui Chen, Shilun Zhu, Xiaotian Feng, Peng Cao, Wanjing Ping, Ruowei Yang, Qingyan Dai, Feng Liu, Chan Tian, Yimin Yang, Qiaomei Fu. Bronze Age cheese reveals human-Lactobacillus interactions over evolutionary history. Cell, 2024; DOI: 10.1016/j.cell.2024.08.008
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