Novo estudo: extinção dos dinossauros impulsionou a disseminação das videiras antigas na América Latina

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
- em
Sementes de uva fossilizadas entre ossos de dinossauro e rocha.

São PauloPesquisadores encontraram sementes fossilizadas de uvas na Colômbia, Panamá e Peru que têm entre 60 e 19 milhões de anos. Essas sementes mostram como a família das uvas se espalhou após a extinção dos dinossauros. Uma dessas espécies é considerada o vitícola mais antigo conhecido no Hemisfério Ocidental. Essa descoberta foi publicada na revista Nature Plants.

Principais Pontos:

  1. Sementes fósseis de uva encontradas na América do Sul.
  2. Sementes datam de 60 a 19 milhões de anos atrás.
  3. Nova espécie é chamada Lithouva susmanii.
  4. Primeiras plantas de uva conhecidas no Hemisfério Ocidental.
  5. Pesquisa oferece insights sobre a ecologia das florestas pós-dinossauros.

Tecidos moles, como frutas, raramente se fossilizam. Por isso, os cientistas estudam sementes para aprender sobre frutas antigas. Os fósseis de sementes de uva mais antigos, com 66 milhões de anos, foram encontrados na Índia. Isso coincide com o período em que um impacto de asteroide exterminou os dinossauros.

O evento de extinção também afetou as plantas, afirma Herrera. A perda dos grandes dinossauros pode ter alterado as florestas. De acordo com Mónica Carvalho, da Universidade de Michigan, esses dinossauros provavelmente mantinham as florestas mais abertas. Depois que eles foram extintos, as florestas se tornaram mais densas. Isso provavelmente ajudou as videiras, que dependem de outras plantas para suporte, a prosperar.

Após a extinção em massa, pássaros e mamíferos provavelmente ajudaram a espalhar sementes de uva. Herrera, que iniciou este trabalho como estudante de graduação, fez uma descoberta importante em 2022 nos Andes Colombianos. Carvalho encontrou um minúsculo fóssil em uma rocha de 60 milhões de anos. Tomografias revelaram que esse fóssil era de uma uva.

Uma nova espécie recebeu o nome de Lithouva susmanii em homenagem a Arthur T. Susman. Este fóssil sugere que a videira comum, Vitis, evoluiu na América do Sul. Pesquisas adicionais descobriram outros nove fósseis de espécies de uva, datando de 60 a 19 milhões de anos atrás. Essas descobertas mostram que as videiras são resilientes e adaptáveis. Apesar de enfrentarem diversas extinções e mudanças de habitat, elas sobreviveram e evoluíram pelo mundo.

Fabiany Herrera acredita que esses fósseis fornecem informações valiosas sobre a evolução das florestas e o impacto nas biodiversidades durante crises. O estudo foi realizado por Fabiany Herrera do Field Museum, Mónica Carvalho da Universidade de Michigan, Gregory Stull do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, Carlos Jarramillo do Instituto Smithsonian de Pesquisas Tropicais, e Steven Manchester da Universidade da Flórida.

A extinção dos dinossauros e seus efeitos surpreendentes nas plantas

Pesquisas indicam que a extinção dos dinossauros teve impactos inesperados na flora. Mostra como mudanças ambientais podem ajudar algumas espécies a prosperar. Esse tipo de estudo é crucial, pois nos oferece lições valiosas para lidar com os problemas de biodiversidade atuais. Compreender eventos passados pode nos guiar na tomada de decisões mais acertadas atualmente.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41477-024-01717-9

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Fabiany Herrera, Mónica R. Carvalho, Gregory W. Stull, Carlos Jaramillo, Steven R. Manchester. Cenozoic seeds of Vitaceae reveal a deep history of extinction and dispersal in the Neotropics. Nature Plants, 2024; DOI: 10.1038/s41477-024-01717-9
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário