Novo CEO da Boeing visita fábrica após falha no 737 MAX

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Por Alex Morales
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Fábrica do Boeing 737 Max com plugue de porta de jato.

São PauloRobert "Kelly" Ortberg, novo CEO da Boeing, fez sua primeira aparição pública na quinta-feira visitando a fábrica do 737 Max perto de Seattle. Ortberg assume o cargo em um momento difícil para a Boeing, que enfrenta problemas de segurança e financeiros.

No primeiro dia, Ortberg afirmou que estaria muito envolvido nos principais locais de produção da Boeing. Ele visitou a fábrica em Renton, Washington, onde recentemente os trabalhadores relataram estar sob pressão para fabricar aviões rapidamente, o que levou a erros. Essa fábrica produziu um 737 Max que perdeu uma tampão de porta durante um voo da Alaska Airlines em janeiro.

Ortberg enfrenta diversos desafios: supervisão de reguladores federais com 16 casos em aberto, perdas financeiras superiores a $25 bilhões desde 2019, uma queda significativa nas entregas de aviões, incluindo o 737 Max, além de questões urgentes de segurança e qualidade.

Ortberg precisa reconstruir a confiança e trazer estabilidade à Boeing. Ele planeja se mudar para Seattle para ficar mais próximo das linhas de produção e dos trabalhadores que são essenciais para o sucesso da empresa. Ortberg estará diretamente envolvido na fábrica, uma abordagem diferente da adotada por seus antecessores.

Analistas mantêm uma visão otimista, porém cautelosa, sobre o impacto potencial de Ortberg. Richard Aboulafia, um veterano da indústria, mencionou que Ortberg é bem-respeitado e que as coisas podem melhorar sob sua liderança. Louie DiPalma, da William Blair & Co., destacou que Ortberg se beneficia de expectativas baixas devido ao preço baixo das ações da Boeing. DiPalma acredita que Ortberg provavelmente focará em melhorar a qualidade e não apenas em atingir metas financeiras, o que deverá ser bem recebido pelos investidores.

Um desafio imediato é aumentar a produção dos jatos 737 Max. A FAA limitou este número a 38 aviões por mês devido a recentes questões de segurança. Atualmente, a produção é ainda menor, cerca de 20 aviões por mês. Para se recuperar financeiramente, a Boeing precisa produzir jatos que sejam seguros e atendam à demanda do mercado.

As unidades de defesa e espaço da Boeing estão enfrentando dificuldades. A empresa registrou um prejuízo de $913 milhões no segundo trimestre devido a problemas com contratos governamentais de preço fixo, incluindo um projeto para construir novos jatos Air Force One.

Ortberg enfrenta uma situação desafiadora deixada pelos antigos líderes Dennis Muilenburg e David Calhoun, que lidaram com graves problemas como os acidentes fatais em 2018 e 2019 e grandes prejuízos financeiros. As habilidades de Ortberg em engenharia e manufatura são vistas como positivas, mas ações rápidas e decisivas são necessárias para uma recuperação bem-sucedida.

Boeing admite fraude no desenvolvimento do 737 Max

Recentemente, a Boeing concordou em reconhecer a fraude cometida durante o desenvolvimento do 737 Max. Esse acordo, que necessita de aprovação federal, inclui uma multa de pelo menos US$244 milhões e o compromisso de investir US$455 milhões em programas de qualidade e segurança.

A liderança de Ortberg será testada enquanto ele trabalha para solucionar os problemas da Boeing, aumentar a segurança e conquistar a confiança de reguladores, funcionários e investidores.

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