Fóssil de navaornis revela evolução da inteligência em aves da era dos dinossauros

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Crânio fossilizado de pássaro com fundo de paisagem antiga.

São PauloDescoberta de Fóssil Lança Luz Sobre a Inteligência das Aves

Uma nova descoberta fóssil está transformando nosso entendimento sobre a inteligência das aves e sua evolução ao longo do tempo. Cientistas encontraram um fóssil de ave excepcionalmente bem preservado de aproximadamente 80 milhões de anos, datando da Era Mesozoica. Este fóssil, denominado Navaornis hestiae, foi encontrado no Brasil e é um dos mais completos de sua categoria. O crânio preservado em ótimo estado permitiu aos pesquisadores criar um modelo digital do cérebro, oferecendo informações valiosas sobre a ligação entre antigos dinossauros semelhantes a aves e as aves atuais.

Detalhes importantes sobre Navaornis incluem:

  • Idade: Aproximadamente 80 milhões de anos
  • Tamanho: Aproximadamente do tamanho de um estorninho moderno
  • Preservação: Crânio quase intacto
  • Localização: Encontrado em Presidente Prudente, Brasil
  • Grupo: Parte dos enantiornites, ou 'aves opostas'

O estudo do cérebro do Navaornis revela que sua parte responsável pelo raciocínio era mais desenvolvida do que a do Archaeopteryx, indicando que ele poderia ter sido mais inteligente. No entanto, a região do cérebro que auxilia nos movimentos e no voo era menos desenvolvida em comparação com as aves modernas. Isso sugere que, apesar de o Navaornis possivelmente ter sido mais esperto, ele provavelmente não voava tão bem quanto as aves de hoje.

A descoberta do Navaornis nos ajuda a compreender melhor quando e como as aves desenvolveram cérebros complexos. As aves atuais demonstram elevados níveis de inteligência. Essa descoberta sugere que as aves começaram a evoluir suas capacidades cognitivas muito antes do que imaginávamos. Isso pode transformar nossa visão sobre a relação entre o desenvolvimento cerebral e as mudanças físicas nas aves daquela época.

A descoberta do fóssil levanta novas perguntas. Como é que essas "aves opostas" conseguiam voar bem sem as estruturas cerebrais avançadas encontradas nas aves modernas? A resposta pode estar em suas adaptações únicas, como sistemas sensoriais especiais ou métodos de voo diferentes que ainda não entendemos completamente. O fóssil Navaornis é importante porque sugere que habilidades avançadas de pensamento em aves podem não estar sempre ligadas a estruturas cerebrais específicas.

Descoberta lança luz sobre evolução dos cérebros de aves

Esta descoberta é crucial não apenas para a paleontologia, mas também para compreender a evolução dos cérebros de aves. Ao estudar esses processos, os cientistas podem obter insights sobre o desenvolvimento da inteligência em animais vertebrados ao longo do tempo. A pesquisa preenche uma lacuna significativa na história evolutiva das aves e nos ajuda a explorar as origens da inteligência em animais. Os pesquisadores esperam que novas descobertas no sítio brasileiro ampliem nosso entendimento sobre esse fascinante processo evolutivo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-08114-4

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Luis M. Chiappe, Guillermo Navalón, Agustín G. Martinelli, Ismar de Souza Carvalho, Rodrigo Miloni Santucci, Yun-Hsin Wu, Daniel J. Field. Cretaceous bird from Brazil informs the evolution of the avian skull and brain. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-08114-4
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