Estudo revela que supervisão humana supera vigilância por IA, melhorando a produtividade e a retenção

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Por Alex Morales
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Símbolo do olho humano equilibrando com o olho digital de IA.

São PauloO uso de IA para monitorar funcionários pode trazer problemas para as organizações. Uma pesquisa da Universidade Cornell revela que os trabalhadores se tornam menos produtivos e têm maior probabilidade de pedir demissão. O principal problema é que as pessoas veem a IA como uma ferramenta intrusiva que não compreende o contexto completo.

Os pesquisadores realizaram quatro experimentos com quase 1.200 pessoas. Os resultados foram evidentes:

  • A monitoração por IA faz os funcionários sentirem uma perda maior de autonomia.
  • Participantes sob vigilância de IA mostraram comportamentos mais resistentes.
  • A crítica à vigilância de IA foi significativamente maior do que à supervisão humana.
  • A vigilância por IA esteve associada a métricas de desempenho mais baixas.

Os participantes foram inicialmente solicitados a lembrar situações em que foram observados por humanos e por inteligência artificial. Eles sentiram ter menos liberdade quando eram monitorados por IA e demonstraram maior tendência a resistir. Em outra parte do estudo, os participantes trabalharam em grupos para criar ideias para parques temáticos. Eles receberam o mesmo feedback sobre a necessidade de mais ideias, seja de um humano ou de uma IA. As reações foram diferentes. Mais de 30% reclamaram da IA, enquanto apenas cerca de 7% fizeram o mesmo em relação ao humano.

Pessoas monitoradas por IA geraram menos ideias, indicando que esse tipo de vigilância pode reduzir a produtividade. Os pesquisadores descobriram que as pessoas respondem melhor às avaliações quando as percebem como úteis para seu crescimento pessoal. Quando acreditam que a supervisão apoia seu desenvolvimento, reagem de maneira mais positiva.

Em um estudo realizado em um call center, os participantes foram divididos em grupos onde suas ligações seriam avaliadas por IA ou por humanos. Eles foram informados que as avaliações seriam para medir seu desempenho ou para oferecer feedback visando seu crescimento pessoal. No cenário de feedback para crescimento, os participantes não acharam a IA mais intrusiva e não tinham maior desejo de deixar o emprego.

Utilizar a tecnologia para monitorar o desempenho dos funcionários deve ajudá-los a crescer, e não apenas avaliá-los. As empresas precisam desenvolver ferramentas de IA que promovam o desenvolvimento e permitam que os empregados mantenham algum controle. Se for mal implementado, o monitoramento por IA pode causar mais prejuízos do que benefícios.

A pesquisa indica que a IA pode ser útil no monitoramento se for utilizada corretamente. Ela pode ajudar a melhorar o desempenho dos funcionários se for vista como uma ferramenta de apoio. As organizações devem deixar claro como utilizarão a IA e afirmar que o objetivo é fazer os funcionários crescerem. Isso ajudará a reduzir o medo e a desconfiança.

A presença humana ainda é essencial na vigilância com IA. A tecnologia deve servir para o crescimento pessoal, não para julgar. A forma como as ferramentas de IA são introduzidas é crucial; se os colaboradores as veem como úteis, faz toda a diferença. Empresas devem permitir que seus funcionários tenham controle e apresentar as novas ferramentas como facilitadores de desenvolvimento. Isso diminui a resistência e cria um ambiente de trabalho mais eficiente e harmonioso.

A importância da empatia no trabalho: como cultivar um ambiente colaborativo

A empatia desempenha um papel fundamental no ambiente de trabalho, fomentando relacionamentos saudáveis e um ambiente colaborativo. Ao se colocar no lugar dos colegas, os profissionais são capazes de entender melhor os desafios e necessidades uns dos outros, o que facilita a comunicação e a solução de problemas. Desenvolver a empatia no trabalho pode aumentar a satisfação e a produtividade, além de criar um clima organizacional mais harmonioso e eficiente.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s44271-024-00102-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Rachel Schlund, Emily M. Zitek. Algorithmic versus human surveillance leads to lower perceptions of autonomy and increased resistance. Communications Psychology, 2024; 2 (1) DOI: 10.1038/s44271-024-00102-8
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