Supervia de íons: nova era para carregamento rápido e biossensores avançados no futuro da tecnologia
São PauloPesquisadores da Washington State University e do Lawrence Berkeley National Laboratory alcançaram um grande avanço na nanociência. Eles estabeleceram novos recordes na rapidez com que íons podem se mover em condutores mistos de íons e eletrônicos orgânicos. Essa descoberta pode impulsionar tecnologias como baterias de maior duração, sensores biológicos avançados e novos sistemas que imitam funções do cérebro humano. O feito foi possível graças à criação de um nano-canal especial que transporta íons a uma velocidade mais de dez vezes superior à de materiais anteriores.
A descoberta se baseia em um método essencial: o uso de moléculas que guiam íons ao longo de uma rota específica. Os pesquisadores utilizaram moléculas que são atraídas pela água para ajudar íons dissolvidos na água a se moverem rapidamente pelo sistema. Quando usaram moléculas que repelem a água, os íons se movimentaram mais lentamente, demonstrando como é possível alternar facilmente entre movimento rápido e lento dos íons, ajustando as moléculas. Essa capacidade traz diversos benefícios, como:
- Carregamento de bateria mais rápido por melhorar o fluxo de íons.
- Aumento da sensibilidade e precisão em biossensores.
- Maior eficiência energética na robótica macia.
- Computação neuromórfica avançada ao imitar funções de neurônios biológicos.
Esta tecnologia não é apenas rápida; ela também nos oferece controle sobre o movimento dos íons. Isso possibilita sistemas que podem se adaptar a mudanças em seu entorno. Por exemplo, a equipe de pesquisa desenvolveu um pequeno sensor que detecta rapidamente reações químicas. Isso pode ajudar a identificar poluição ou eventos biológicos, como o disparo de neurônios no cérebro. Essa detecção rápida é vital para sistemas que precisam monitorar mudanças em tempo real em áreas como ciência ambiental e saúde.
Este avanço é apenas o começo. A combinação de métodos biológicos de sinalização iônica com sistemas eletrônicos pode transformar a forma como os dispositivos interagem com o mundo. À medida que os cientistas aprendem mais sobre o movimento dos íons nesses materiais, podemos esperar mais aplicações. Pesquisas futuras talvez explorem áreas como engenharia celular e medicina personalizada.
Este trabalho conecta comunicação eletrônica e biológica, representando um desafio para pesquisadores. Ao projetar condutores que lidam bem com íons e elétrons, podemos aprimorar tecnologias atuais e criar novas. Com o desenvolvimento dessas tecnologias, é possível que testemunhemos uma cooperação mais rápida e eficaz entre computadores e sistemas biológicos, elevando seu desempenho em diversas aplicações.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1002/adma.202406281e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Tamanna Khan, Terry McAfee, Thomas J. Ferron, Awwad Alotaibi, Brian A. Collins. Local Chemical Enhancement and Gating of Organic Coordinated Ionic‐Electronic Transport. Advanced Materials, 2024; DOI: 10.1002/adma.202406281Compartilhar este artigo