Perigo oculto: como a solidão acelera a perda de memória na terceira idade

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Figura idosa solitária em sala escura e vazia.

São PauloSentir-se solitário pode agravar a perda de memória conforme envelhecemos. Aproximadamente um em cada três canadenses afirma sentir solidão. Pesquisas da Universidade de Waterloo mostram que a solidão prejudica a memória mais do que apenas estar socialmente isolado.

Pesquisadores analisaram a memória de adultos de meia-idade e idosos ao longo de seis anos. Eles examinaram quatro combinações de isolamento social e solidão:

  • Socialmente isolados e solitários
  • Apenas socialmente isolados
  • Apenas solitários
  • Nem socialmente isolados nem solitários

Pessoas que eram tanto socialmente isoladas quanto solitárias apresentaram a pior deterioração da memória. Essa perda se agravou ao longo de seis anos. Surpreendentemente, apenas estar solitário teve o segundo pior efeito na memória. Isto é importante porque muitos estudos focam apenas no isolamento social e não na solidão.

Solidão é um sentimento que as pessoas podem experimentar. Ela pode ocorrer mesmo quando estão acompanhadas. Está ligada à depressão e a níveis elevados de estresse. Essas condições podem dificultar a memorização.

Pessoas que não sofrem de solidão, mas que passam tempo sozinhas, ainda podem fazer atividades por conta própria. Atividades como ler ou jogar podem manter o cérebro ocupado e melhorar a memória. Portanto, estar sozinho não necessariamente causa problemas de memória, desde que se mantenha a mente ativa.

Ji Won Kang, um doutorando em Waterloo, afirma que pessoas solitárias frequentemente têm rendimentos mais baixos. Elas também podem enfrentar obstáculos e problemas de saúde que dificultam a participação em atividades comunitárias. Programas comunitários podem ser benéficos, especialmente para aqueles que são tanto solitários quanto socialmente isolados.

Programas de transporte ou de visitas domiciliares podem ajudar a resolver esses problemas. Kang afirma que essas iniciativas podem ter um impacto significativo. O objetivo é reduzir o isolamento social e a solidão.

Para aqueles que se sentem solitários, precisamos de uma abordagem diferente. Kang sugere descobrir a raiz da solidão. A pessoa pode ter amigos e familiares, mas ainda assim sentir-se só. Problemas como casamentos infelizes podem ser a causa. Nesses casos, sessões de aconselhamento podem ser benéficas.

Esta nova compreensão ressalta a importância de enfrentar a solidão e o isolamento social. Programas comunitários e de saúde devem focar nas causas subjacentes dessas emoções. Ao reconhecer as necessidades específicas de cada grupo, podemos melhorar a saúde mental e a memória dos idosos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.archger.2024.105483

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ji Won Kang, Mark Oremus, Joel Dubin, Suzanne L. Tyas, Charity Oga-Omenka, Meira Golberg. Exploring the differential impacts of social isolation, loneliness, and their combination on the memory of an aging population: A 6-year longitudinal study of the CLSA. Archives of Gerontology and Geriatrics, 2024; 125: 105483 DOI: 10.1016/j.archger.2024.105483
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