Descobrindo riquezas ocultas: reciclagem de terras raras dos resíduos eletrônicos

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Por João Silva
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Lixo eletrônico sendo processado para metais de terras raras.

São PauloMetais de terras raras são cruciais para a tecnologia atual. Existem 17 desses elementos, utilizados em smartphones, baterias e turbinas eólicas. A Europa depende significativamente das importações da China, tornando esses metais extremamente importantes. No entanto, extraí-los de minérios naturais é um processo difícil e prejudicial ao meio ambiente.

Victor Mougel, professor na ETH Zurich, e sua equipe desenvolveram uma nova técnica de reciclagem de metais terras raras, especialmente o európio. Eles divulgaram suas descobertas na Nature Communications. Esta inovação pode revolucionar a reciclagem de lixo eletrônico.

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Metais de terras raras são essenciais para muitas tecnologias modernas, e a Europa depende quase totalmente da China para seu abastecimento. Os métodos tradicionais de extração desses metais são prejudiciais ao meio ambiente e ineficazes. No entanto, uma equipe da ETH Zurich desenvolveu uma forma mais eficiente de reciclar európio de resíduos eletrônicos, utilizando um processo químico inspirado em enzimas naturais.

Marie Perrin, uma estudante de doutorado no grupo de Mougel, liderou um estudo que descobriu uma nova forma de facilitar a reciclagem do európio. Os métodos atuais são muito complicados e ineficientes. A pesquisa de Perrin demonstra que o uso de um composto inorgânico pode melhorar significativamente o processo de separação. Este método utiliza tetratiometalatos com propriedades especiais para ajudar a separar o európio de outros metais de forma mais eficiente.

Pesquisadores descobriram uma maneira de obter mais európio do que nunca, tornando o processo mais simples. Isso pode mudar a gestão do lixo eletrônico, já que o e-lixo contém valiosos metais de terras raras.

Na Suíça, o lixo de lâmpadas muitas vezes é enviado a outros países para ser descartado em aterros. Esse lixo contém európio valioso que poderia ser reciclado localmente. Reciclar localmente reduziria a necessidade de importações e daria um destino útil ao lixo eletrônico.

No passado, o európio era muito valioso devido ao seu uso em lâmpadas fluorescentes e telas planas. No entanto, a demanda por esse elemento diminuiu com a substituição das lâmpadas fluorescentes. Métodos aprimorados de reciclagem podem reverter essa tendência. Hoje, menos de um por cento dos elementos de terras raras são reciclados na União Europeia.

A equipe de Mougel quer focar na reciclagem de materiais em vez de obtê-los de minérios. Essa nova abordagem é mais sustentável e econômica. Eles patentearam sua tecnologia e estão lançando uma empresa chamada REEcover para comercializá-la.

A equipe está se dedicando à reciclagem de outros metais de terras raras, como neodímio e disprósio, usados na fabricação de ímãs. Caso obtenham sucesso, isso pode ter um grande impacto na indústria de reciclagem. Marie Perrin planeja fundar uma empresa após concluir seu doutorado para tornar essa tecnologia disponível para uso prático.

Este novo método facilita a reciclagem de metais de terras raras de uma maneira mais sustentável. É um avanço importante para tornar a tecnologia mais ecológica.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-48733-z

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Marie A. Perrin, Paul Dutheil, Michael Wörle, Victor Mougel. Recovery of europium from E-waste using redox active tetrathiotungstate ligands. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-48733-z
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