Nova pesquisa: descobrindo fraquezas de bactérias resistentes a antibióticos por meio de íons de magnésio

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Visão microscópica da fraqueza de bactérias resistentes a antibióticos direcionados.

São PauloBactérias resistentes a antibióticos representam um grande desafio para a saúde global. Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego descobriram uma vulnerabilidade nesses organismos que pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos. Durante o estudo do Bacillus subtilis, eles notaram que bactérias resistentes a antibióticos enfrentam uma desvantagem. Essa desvantagem está relacionada à maneira como elas gerenciam os íons de magnésio dentro de suas células.

Principais conclusões do estudo são:

Título: Resistência bacteriana e a escassez de magnésio

As mutações que conferem resistência a antibióticos frequentemente causam uma escassez de íons de magnésio nas células bacterianas. As cepas resistentes competem com moléculas de ATP pela obtenção de magnésio, um elemento essencial para o funcionamento celular. Essa disputa resulta em um crescimento limitado das cepas resistentes em comparação com as não resistentes.

Íons de magnésio são fundamentais para todas as células, especialmente para o funcionamento dos ribossomos. Em bactérias resistentes a antibióticos, ribossomos modificados exigem mais magnésio, o que causa problemas na célula. Essa descoberta pode mudar a forma como combatemos essas bactérias. Ao invés de utilizar antibióticos mais fortes, podemos focar na competição pelo magnésio. Essa estratégia pode nos ajudar a controlar as bactérias resistentes sem prejudicar aquelas que são benéficas.

Esta pesquisa pode ser relevante não apenas para o Bacillus subtilis. Muitos tipos de bactérias sobrevivem com processos similares. Se essa fraqueza for comum, pode abrir caminho para desenvolver maneiras mais eficazes de lidar com a resistência a antibióticos. Métodos seguros e sem medicamentos, como o ajuste dos níveis de magnésio, podem oferecer uma solução de longo prazo.

A pesquisa destaca a importância da colaboração entre diferentes áreas do conhecimento. Ao utilizar uma abordagem que integra biologia com ciência da computação, o estudo demonstra o potencial para novos avanços na medicina. Por exemplo, projetos como dispositivos bioeletrônicos testados em Staphylococcus epidermidis mostram como essas parcerias podem resultar em novas opções de tratamento.

Se essas estratégias se tornarem viáveis, poderiam trazer grandes impactos. Reduzir o uso de antibióticos pode retardar o desenvolvimento da resistência e manter os medicamentos atuais eficazes. A pesquisa está transformando nossa compreensão e abordagem das ameaças bacterianas. Ao identificar e explorar as fragilidades associadas à resistência aos antibióticos, cientistas estão criando tratamentos médicos novos e sustentáveis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adq5249

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Eun Chae Moon, Tushar Modi, Dong-yeon D. Lee, Danis Yangaliev, Jordi Garcia-Ojalvo, S. Banu Ozkan, Gürol M. Süel. Physiological cost of antibiotic resistance: Insights from a ribosome variant in bacteria. Science Advances, 2024; 10 (46) DOI: 10.1126/sciadv.adq5249
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