Gravidez e os riscos ocultos dos hormônios alterados por toxinas agrícolas

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
- em
Estruturas químicas com fundo de silhueta de grávida.

São PauloEstudo revela toxina preocupante em mulheres grávidas

Um novo estudo publicado na revista Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology identificou altos níveis da toxina fúngica zearalenona (ZEN) em mulheres grávidas. A ZEN foi detectada em 97% das amostras de urina e em 84% das amostras de placenta analisadas. Essa toxina é comum, pois está presente em culturas como milho, trigo e cevada. A ZEN age de forma semelhante ao estrogênio e pode interagir com os hormônios humanos, levantando preocupações sobre seus efeitos na saúde, especialmente durante a gravidez.

Estudos indicam que a exposição ao ZEN é influenciada por fatores como nossa alimentação e a composição do nosso corpo. Descobertas principais incluem:

Relação entre ZEN e Estilos de Vida

  • Índices de massa corporal (IMC) mais altos estão associados a níveis elevados de ZEN.
  • Mulheres que já tiveram filhos apresentam concentrações maiores de ZEN.
  • Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados aumenta a exposição ao ZEN.
  • Dietas mais saudáveis com maior quantidade de proteínas e vegetais diminuem a exposição.

Estudos indicam que a dieta pode estar relacionada à exposição a produtos químicos que interferem nos hormônios em fases cruciais do desenvolvimento. A ZEN tem mostrado impacto na reprodução animal, e há crescentes preocupações sobre seus efeitos na saúde humana. Embora os efeitos exatos da ZEN em humanos ainda não sejam claros, pesquisas iniciais apontam ligações entre a ZEN e alterações nos níveis de hormônios sexuais.

Indústria Agrícola e Ameaças do ZEN ao Consumidor

A indústria agrícola utiliza o ZEN para promover o crescimento dos animais, aumentando o risco para a saúde humana. Essa situação é agravada pelos métodos modernos de processamento de alimentos e pelas mudanças climáticas, que podem elevar os níveis de ZEN nos alimentos. Com o aumento das temperaturas globais, há um incentivo ao crescimento de mofos que produzem ZEN, tornando essa toxina mais comum.

Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e optar por alimentos integrais pode diminuir riscos à saúde. Contudo, para resolver o problema por completo, é necessário promover mudanças em toda a indústria alimentar. Estabelecer normas para limitar os micoestrógenos nos alimentos pode ajudar a reduzir os riscos para todos com o tempo.

Preocupações sobre o ZEN são levantadas devido a produtos químicos que podem afetar hormônios. Com mais pesquisas sendo realizadas, aprender sobre os efeitos à saúde de longo prazo do ZEN pode alterar a forma como gerenciamos e percebemos a segurança alimentar. Os pesquisadores investigarão possíveis impactos na gravidez e no desenvolvimento infantil, o que poderá orientar diretrizes futuras para a gestão da exposição.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41370-024-00722-6

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Carolyn W. Kinkade, Anita Brinker, Brian Buckley, Olivia Waysack, I. Diana Fernandez, Amber Kautz, Ying Meng, Huishan Shi, Jessica Brunner, Pamela Ohman-Strickland, Susan W. Groth, Thomas G. O’Connor, Lauren M. Aleksunes, Emily S. Barrett, Zorimar Rivera-Núñez. Sociodemographic and dietary predictors of maternal and placental mycoestrogen concentrations in a US pregnancy cohort. Journal of Exposure Science & Environmental Epidemiology, 2024; DOI: 10.1038/s41370-024-00722-6
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário