Sentar por longos períodos ameaça a saúde do coração, mesmo com exercícios regulares

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Relógio em forma de coração com uma cadeira.

São PauloSentar-se por longos períodos pode prejudicar a saúde do coração, mesmo para aqueles que se exercitam regularmente, segundo descobertas recentes. Um importante estudo apresentado na Sessão Científica de 2024 da American Heart Association revelou que mesmo pessoas ativas enfrentam riscos cardíacos ao passarem muito tempo sentadas. A pesquisa destaca que permanecer sentado por mais de 10,6 horas diárias está associado a um risco maior de insuficiência cardíaca e mortalidade por problemas cardiovasculares.

Principais conclusões deste estudo:

  • Passar mais de 10,6 horas por dia em atividades sedentárias aumenta consideravelmente os riscos à saúde do coração.
  • Mesmo aqueles que seguem a recomendação de 150 minutos de exercícios semanais não estão livres desses efeitos.
  • Substituir longos períodos sentados por qualquer atividade física pode ajudar a reduzir esses riscos.

A pesquisa é relevante porque põe em xeque a ideia de que apenas praticar exercícios regularmente garante um coração saudável. Fica cada vez mais evidente que as atividades realizadas ao longo do dia são igualmente importantes. Passar muito tempo sentado ou deitado, algo comum em um estilo de vida sedentário, aumenta o risco de doenças cardíacas. Isso demonstra que as orientações de saúde devem levar em conta todas as atividades diárias, e não apenas os exercícios.

Este estudo utiliza acelerômetros para monitorar a atividade física com mais precisão do que dados autorrelatados, que frequentemente fazem parecer que os exercícios são mais frequentes e que passamos menos tempo sentados do que realmente acontece. Dispositivos vestíveis fornecem resultados melhores, mas podem ter dificuldade em identificar corretamente a postura, resultando em alguns erros na gravação das atividades.

Reduzir o tempo que passamos sentados pode melhorar nossa saúde. Substituir 30 minutos de sedentarismo por atividade leve, por exemplo, pode diminuir em 6% a chance de insuficiência cardíaca e reduzir em 9% o risco de mortes relacionadas ao coração. Essas pequenas mudanças destacam a importância de movimentação regular no nosso dia a dia. Usar mesas de trabalho em pé, fazer pequenas caminhadas durante as pausas e realizar alongamentos são formas eficazes de apoiar a saúde cardíaca.

Programas de saúde pública precisam priorizar o entendimento de como o sedentarismo afeta nossa saúde. É essencial reconhecer os perigos de ser inativo e encontrar maneiras de mitigar esses riscos. Assim, poderemos desenvolver planos mais eficazes para melhorar a saúde pública ao longo do tempo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jacc.2024.10.065

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ezimamaka Ajufo, Shinwan Kany, Joel T. Rämö, Timothy W. Churchill, J. Sawalla Guseh, Krishna G. Aragam, Patrick T. Ellinor, Shaan Khurshid. Accelerometer-Measured Sedentary Behavior and Risk of Future Cardiovascular Disease. Journal of the American College of Cardiology, 2024; DOI: 10.1016/j.jacc.2024.10.065
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