Novo método promete tratamento mais duradouro para Parkinson ao bloquear más memórias

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
- em
Cérebro com neurônios conectados e sinal de pare.

São PauloPesquisadores da Universidade do Alabama em Birmingham estão testando uma nova abordagem para tratar a doença de Parkinson. Um estudo recente publicado no The Journal of Neuroscience descobriu que focar em uma certa proteína pode ajudar os pacientes a longo prazo. Esta estratégia visa combater a dícínesia, um efeito colateral comum dos tratamentos para Parkinson que causa movimentos involuntários.

A doença de Parkinson ocorre porque as células cerebrais que produzem dopamina morrem. Para tratar essa condição, os médicos prescrevem um medicamento chamado L-DOPA, que se transforma em dopamina no cérebro. Embora o L-DOPA seja eficaz inicialmente, seu uso prolongado pode levar a movimentos indesejados, como contrações, inquietações e balanços corporais.

Os pesquisadores buscaram tratar a discinesia interrompendo a reação negativa do cérebro aos tratamentos repetidos com L-DOPA, com o objetivo de melhorar a eficácia do medicamento ao longo do tempo. Aqui estão os principais achados do estudo:

  • O tratamento com L-DOPA leva à discinesia ao formar uma memória motora no cérebro.
  • O estriado, uma região do cérebro envolvida no controle motor, é crucial para armazenar essa memória.
  • Os neurônios D1-MSN no estriado mostram mudanças semelhantes às observadas quando uma nova memória é formada.
  • Uma proteína chamada Activina A está ligada ao desenvolvimento da discinesia.
  • Bloquear a Activina A pode prevenir a discinesia em modelos de camundongos.

Karen Jaunarajs, Ph.D., professora assistente do Departamento de Neurologia da UAB, explicou que o cérebro parecia estar criando uma memória motora. Toda vez que um paciente recebia o tratamento com L-DOPA, essa memória era ativada a cada nova exposição ao medicamento. A equipe buscou maneiras de interromper esse ciclo.

Os pesquisadores investigaram neurônios D1-MSN no estriado do cérebro. Esses neurônios se comportavam de forma semelhante às células relacionadas à memória no hipocampo. Eles descobriram que a L-DOPA ativava alguns desses D1-MSNs e que esses neurônios contribuíam para a formação de novas conexões, expressando determinados genes.

Este estudo traz esperança para os pacientes com Parkinson. Ele demonstra que ao concentrar-se em determinadas proteínas, podemos aprimorar os tratamentos atuais e prolongar seus efeitos. Se esses resultados forem eficazes em humanos, isso pode mudar a maneira como tratamos a doença de Parkinson. A ideia de abordar a discinesia de uma forma inovadora é criativa e pode ajudar também em outros distúrbios cerebrais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1523/JNEUROSCI.0050-24.2024

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

David A. Figge, Henrique de Amaral Oliveira, Jack Crim, Rita M. Cowell, David G. Standaert, Karen L. Eskow Jaunarajs. Differential Activation States of Direct Pathway Striatal Output Neurons during l-DOPA-Induced Dyskinesia Development. The Journal of Neuroscience, 2024; 44 (26): e0050242024 DOI: 10.1523/JNEUROSCI.0050-24.2024
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário