Estudo revela: energia renovável ajuda micróbios a transformar CO2 em proteínas e vitaminas

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
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Micróbios convertendo CO2 em nutrientes usando energia renovável.

São PauloCientistas na Alemanha desenvolveram uma nova maneira de obter proteína e vitamina B9 de microrganismos usando apenas hidrogênio, oxigênio e CO2. Esse método utiliza energia limpa para criar uma fonte de proteína sustentável e nutritiva. Com a população mundial se aproximando dos 10 bilhões e os recursos agrícolas sob pressão, essa tecnologia pode ser uma ótima alternativa à agricultura tradicional.

A instalação de biorreatores da equipe possui duas etapas e produz levedura rica em proteína e vitamina B9. Seu funcionamento ocorre da seguinte forma:

  • A bactéria Thermoanaerobacter kivui transforma hidrogênio e CO2 em acetato
  • Depois, o fermento do pão, Saccharomyces cerevisiae, utiliza o acetato e oxigênio para produzir proteína e vitamina B9

Esta tecnologia é benéfica para o meio ambiente. Ela utiliza hidrogênio e oxigênio, que podem ser obtidos ao dividir água com energia eólica ou solar. Esse processo reduz as emissões de carbono na produção de alimentos e diminui a demanda por terras agrícolas, permitindo que essas áreas sejam utilizadas para conservação e outras atividades ecológicas.

O fermento produzido neste sistema é nutricionalmente impressionante. Apenas 6 gramas de fermento seco fornecem a quantidade diária necessária de vitamina B9. Em termos de proteína, 85 gramas desse fermento cobrem 61% das necessidades diárias de proteína, superando fontes tradicionais como carne bovina, suína, peixe e lentilhas. Embora o fermento precise ser tratado para evitar problemas de saúde como gota, ele ainda serve como uma forte fonte de proteína após o tratamento.

Esta tecnologia pode aumentar significativamente a segurança alimentar, especialmente em países mais pobres. Ela pode ajudar a reduzir a escassez de alimentos e melhorar a nutrição ao oferecer uma fonte de alimento confiável e nutritiva que não exige grandes áreas de terras cultiváveis.

Essa ideia ajuda os agricultores a mudar o foco. Eles podem cultivar plantas e vegetais sustentáveis em vez de criar animais. Essa mudança pode tornar a produção de alimentos mais eficiente.

A equipe de pesquisa pretende aprimorar e ampliar o processo de produção, verificar a segurança alimentar, realizar estudos técnicos e econômicos, e avaliar o interesse do público. O objetivo é criar um produto alimentar vegetariano/vegano, não transgênico e ecologicamente correto que seja apreciado por muitas pessoas.

Essa nova tecnologia, apoiada por diversas organizações de pesquisa alemãs, busca resolver problemas globais importantes relacionados à proteção ambiental, garantia de alimentos e melhorias na saúde pública.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.tibtech.2024.06.014

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Lisa Marie Schmitz, Nicolai Kreitli, Lisa Obermaier, Nadine Weber, Michael Rychlik, Largus T. Angenent. Power-to-vitamins: producing folate (vitamin B9) from renewable electric power and CO2 with a microbial protein system. Trends in Biotechnology, 2024; DOI: 10.1016/j.tibtech.2024.06.014
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