Estudo revela: emissões de metano disparam a ritmo alarmante e sem precedentes

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Por Alex Morales
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Emissões de gás metano de sites industriais e pecuária.

São PauloPesquisas recentes do Projeto Global Carbono revelam que as emissões globais de metano aumentaram rapidamente nos últimos cinco anos. Apesar das promessas de mais de 150 países para reduzir as emissões de metano em 30% nesta década, a quantidade desse potente gás de efeito estufa na atmosfera já é mais de 2,6 vezes maior do que era antes da era industrial. Esse aumento coloca o mundo em um caminho de aquecimento global que pode superar 3 graus Celsius até o final do século.

Metano não permanece tanto tempo na atmosfera quanto o dióxido de carbono, mas é muito mais eficaz em reter calor. Nos primeiros 20 anos após sua liberação, o metano aquece a atmosfera quase 90 vezes mais do que o dióxido de carbono. Isso torna crucial a redução rápida das emissões de metano para combater as mudanças climáticas. Apesar das políticas para reduzi-las, as atividades humanas ainda estão aumentando os níveis de metano. Essas atividades incluem principalmente:

  • Mineração de carvão
  • Extração de petróleo e gás
  • Criação de gado bovino e ovino
  • Decomposição de resíduos orgânicos em aterros

A União Europeia e possivelmente a Austrália são os únicos lugares que reduziram as emissões de metano nos últimos vinte anos. Enquanto isso, áreas como a China e o Sudeste Asiático registraram grandes aumentos. Essa diferença destaca a necessidade de planos rápidos e específicos para cada região a fim de reduzir as emissões.

A pandemia de COVID-19 teve um efeito misto nos níveis de metano. Os lockdowns reduziram as emissões de óxidos de nitrogênio, que normalmente ajudam a decompor o metano. No entanto, isso levou a um acúmulo de 42 milhões de toneladas de metano em 2020. É crucial entender como diferentes gases interagem para moldar políticas climáticas futuras.

Nova pesquisa revela que algumas fontes de metano não são completamente naturais, como se pensava anteriormente. Antes, as emissões provenientes de áreas úmidas, lagos, lagoas e rios eram classificadas como 'naturais'. O novo estudo descobriu que cerca de um terço dessas emissões vêm de atividades humanas como reservatórios, escoamento de fertilizantes e águas residuais. Isso muda nossa compreensão sobre as emissões de metano e faz um apelo para que os formuladores de políticas considerem essas fontes ao planejar maneiras de reduzir o metano.

Emissões de Metano e Suas Consequências

As emissões de metano têm sérias repercussões. O mundo já está sentindo os impactos do aumento de 1,5°C na temperatura média da superfície, resultando em climas extremos e ondas de calor mais frequentes. É fundamental agir globalmente e com rapidez. As soluções devem ir além da gestão de resíduos e das mudanças na agricultura. Precisamos de novas tecnologias para capturar e aproveitar o metano, além de regulamentações mais rigorosas sobre a extração e o uso de combustíveis fósseis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1088/1748-9326/ad6463

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

R B Jackson, M Saunois, A Martinez, J G Canadell, X Yu, M Li, B Poulter, P A Raymond, P Regnier, P Ciais, S J Davis, P K Patra. Human activities now fuel two-thirds of global methane emissions. Environmental Research Letters, 2024; 19 (10): 101002 DOI: 10.1088/1748-9326/ad6463
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