Novo estudo: apenas uma em 20 terapias testadas em animais é aprovada para uso humano

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Por Ana Silva
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Animais de laboratório com produtos farmacêuticos fracassados e um gráfico de barras.

São PauloUm estudo recente descobriu que apenas 5% das terapias testadas em animais são aprovadas para uso humano. A pesquisa foi publicada no dia 13 de junho na revista PLOS Biology. Os pesquisadores analisaram 122 revisões sistemáticas para verificar quantas terapias avançaram dos testes em animais para os testes em humanos, chegando aos ensaios clínicos e, finalmente, à aprovação final.

Os resultados mostram uma redução significativa em cada etapa.

  • 50% das terapias avançam de estudos em animais para qualquer estudo em humanos
  • 40% chegam a ensaios clínicos randomizados
  • 5% recebem aprovação regulatória

O estudo analisou 367 tratamentos para 54 doenças humanas. Os pesquisadores descobriram que 86% dos estudos em animais tinham resultados semelhantes aos estudos em humanos. Isso demonstra que a maioria dos resultados dos estudos em animais se assemelhava aos dos estudos em humanos.

Embora a maioria das terapias atenda aos requisitos, poucas são aprovadas no final. O tempo necessário para passar de uma etapa para a outra também é considerável.

  • 5 anos até estudo em humanos
  • 7 anos até ensaios clínicos randomizados
  • 10 anos até aprovação regulatória

Os pesquisadores identificaram problemas na elaboração dos estudos com animais e humanos primitivos. Eles recomendam a realização de experimentos mais rigorosos e amplamente aplicáveis. Isso aumentará a probabilidade de sucesso nos testes em humanos e na obtenção da aprovação final.

Benjamin Ineichen, da Universidade de Zurique, e sua equipe destacam um grande problema na transformação de tratamentos de estudos em uso médico real. Embora as pesquisas em animais nos ajudem a compreender doenças humanas, obter a aprovação dos reguladores para esses tratamentos é extremamente difícil.

Estudos com animais são essenciais para a pesquisa básica. Eles nos ajudam a compreender doenças humanas e a desenvolver novos tratamentos. No entanto, a baixa taxa de sucesso desses estudos levanta preocupações sobre sua eficácia e a ética de usar animais para pesquisa.

A eficácia em cada etapa é uma grande preocupação. Muitos tratamentos não têm êxito após os primeiros testes em humanos, e outros se atrasam durante os testes controlados. Apenas um número muito pequeno chega à última etapa de obtenção de aprovação pelas autoridades.

Os pesquisadores analisaram 122 revisões de estudos. Eles verificaram quantas terapias avançaram para estudos em humanos, ensaios clínicos randomizados e aprovação regulatória. Além disso, compararam os resultados dos estudos em animais com os dos estudos em humanos.

O estudo revela que o desenvolvimento de novos medicamentos demanda muito tempo. A transição dos testes em animais para a utilização em humanos é um processo lento. Os resultados indicam que realizar mudanças no início pode aumentar as chances de sucesso.

Melhorar o desenho experimental é fundamental para aumentar a aplicação da pesquisa com animais em humanos. Isso pode reduzir a distância entre os estudos em animais e os tratamentos humanos, beneficiando tanto os animais de pesquisa quanto os pacientes que aguardam novas terapias. Projetos de estudo aprimorados resultarão em melhores resultados e mais sucesso em contextos clínicos.

A análise oferece evidências claras sobre o estado atual da pesquisa translacional. Ela descreve o processo desde os testes iniciais até a obtenção da aprovação regulatória. Os resultados indicam que é necessário mudar a maneira como os estudos em animais e os primeiros ensaios clínicos são conduzidos para aumentar as taxas de aprovação.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pbio.3002667

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Benjamin V. Ineichen, Eva Furrer, Servan L. Grüninger, Wolfgang E. Zürrer, Malcolm R. Macleod. Analysis of animal-to-human translation shows that only 5% of animal-tested therapeutic interventions obtain regulatory approval for human applications. PLOS Biology, 2024; 22 (6): e3002667 DOI: 10.1371/journal.pbio.3002667
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