Revelações sobre Caronte: compostos de carbono e peróxidos

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Por Chi Silva
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Superfície de Caronte com dióxido de carbono e peróxido de hidrogênio.

São PauloCientistas detectaram dióxido de carbono e peróxido de hidrogênio em Caronte, a maior lua de Plutão. A equipe do Southwest Research Institute fez a descoberta usando o Telescópio Espacial James Webb. A identificação desses compostos químicos amplia nosso conhecimento sobre Caronte, contribuindo para uma compreensão mais profunda de suas características geológicas e químicas.

A pesquisa revela alguns achados significativos.

Detecção de dióxido de carbono na superfície de Charon, principalmente como uma camada fina sobre um subsolo rico em gelo de água. Identificação inicial de peróxido de hidrogênio, indicando alterações na superfície devido à radiação solar e raios cósmicos. Utilização de técnicas avançadas de observação com o Espectrógrafo de Infravermelho Próximo do Webb para mapear o hemisfério norte de Charon.

A superfície de Caronte não é apenas uma área congelada, mas passa por transformações ao longo do tempo. A presença de dióxido de carbono indica um passado complexo, provavelmente originado do interior de Caronte e trazido à superfície por impactos. Isso apoia a ideia de que os objetos no Cinturão de Kuiper podem nos ajudar a compreender como eram as condições no início do sistema solar.

Peróxido de hidrogênio encontrado em Charon indica que forças externas influenciam a química de sua superfície. A luz solar e partículas energéticas podem decompor o gelo d'água, resultando na formação de hidrogênio e oxigênio, que se combinam para criar peróxido de hidrogênio. Isso demonstra que Charon, apesar de estar distante, passa por intemperismo espacial.

O telescópio Webb é crucial para o estudo de objetos gelados além de Netuno. Sua capacidade de captar uma ampla gama de comprimentos de onda de luz permite que os cientistas analisem esses objetos distantes com mais detalhes do que nunca. Ao observar Caronte, os pesquisadores podem descobrir maneiras de investigar outros objetos semelhantes no Cinturão de Kuiper, o que pode ampliar nosso entendimento sobre essas regiões remotas do sistema solar.

Título: Exploração do Cinturão de Kuiper Promete Novas Descobertas

Este conhecimento ajuda os cientistas a compreenderem melhor como outros objetos gelados no Cinturão de Kuiper e além se formaram e do que são compostos. É um grande avanço no entendimento desses distantes objetos do sistema solar. Com a melhoria da tecnologia, explorar luas e planetas longínquos provavelmente resultará em descobertas ainda mais surpreendentes e reveladoras.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-51826-4

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Silvia Protopapa, Ujjwal Raut, Ian Wong, John Stansberry, Geronimo L. Villanueva, Jason Cook, Bryan Holler, William M. Grundy, Rosario Brunetto, Richard J. Cartwright, Bereket Mamo, Joshua P. Emery, Alex H. Parker, Aurelie Guilbert-Lepoutre, Noemi Pinilla-Alonso, Stefanie N. Milam, Heidi B. Hammel. Detection of carbon dioxide and hydrogen peroxide on the stratified surface of Charon with JWST. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-51826-4
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