Novo estudo: lente gravitacional transforma galáxia distorcida em ponto de interrogação cósmico

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Por João Silva
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Galáxia distorcida forma ponto de interrogação através de lente gravitacional.

São PauloAstrônomos utilizando o Telescópio Espacial James Webb descobriram uma galáxia com o formato de um ponto de interrogação. Essa forma se deve a uma rara maneira como as galáxias se alinham, demonstrando o poder do telescópio Webb.

O fenômeno das lentes gravitacionais ocorre quando um grande aglomerado de galáxias curva o espaço-tempo, fazendo com que galáxias distantes pareçam mais próximas e nítidas. Esse é o caso do aglomerado MACS-J0417.5-1154, que está revelando detalhes que normalmente não conseguiríamos ver.

Observações Principais: Uma galáxia vermelha e empoeirada foi observada interagindo com uma galáxia espiral anteriormente detectada pelo Hubble. Há ainda outra galáxia não relacionada nas proximidades. Esta configuração, conhecida como lente gravitacional de umbílico hiperbólico, é rara e digna de nota.

Essas observações são cruciais por algumas razões. Elas revelam como eram as condições no período de maior formação estelar no universo, cerca de 7 bilhões de anos atrás. O tamanho semelhante dessas galáxias à Via Láctea ajuda os cientistas a entender como nossa galáxia poderia ter sido naquela época. Isso nos permite compreender melhor como as galáxias evoluem ao longo do tempo.

O Imageador de Infravermelho Próximo e o Espectrógrafo Sem Fenda (NIRISS) no telescópio Webb mostrou que pode identificar regiões onde estrelas estão se formando em galáxias a bilhões de anos-luz de distância. Isso nos ajuda a entender a formação de estrelas nas galáxias. Dados dos telescópios Webb e Hubble confirmam que uma galáxia vermelha empoeirada e uma galáxia espiral estão à mesma distância e provavelmente começando a interagir. Essa interação pode desencadear o nascimento de novas estrelas à medida que o gás de ambas as galáxias colide.

Astrônomos detectaram formação estelar ativa em várias pequenas regiões dentro de ambas as galáxias. Isso é provavelmente resultado de sua interação. Surpreendentemente, nenhuma das galáxias parece muito perturbada, o que indica estarmos testemunhando os estágios iniciais dessa interação. Tais eventos são comuns no universo e podem eventualmente levar à formação de galáxias maiores.

As observações de Webb ajudam a estudar em detalhes os primeiros anos das galáxias. Essa pesquisa expande nosso entendimento sobre como estrelas e galáxias se formam e evoluem ao longo do tempo. Ela mostra como telescópios modernos fornecem novas informações sobre o espaço, construindo sobre as descobertas feitas por ferramentas anteriores como o Hubble.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/mnras/stae1368

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Vicente Estrada-Carpenter, Marcin Sawicki, Gabe Brammer, Guillaume Desprez, Roberto Abraham, Yoshihisa Asada, Maruša Bradač, Kartheik G Iyer, Nicholas S Martis, Jasleen Matharu, Lamiya Mowla, Adam Muzzin, Gaël Noirot, Ghassan T E Sarrouh, Victoria Strait, Chris J Willott. When, where, and how star formation happens in a galaxy pair at cosmic noon using CANUCS JWST/NIRISS grism spectroscopy. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 2024; 532 (1): 577 DOI: 10.1093/mnras/stae1368
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