Estudo revela breves impactos do horário de verão na duração do sono dos brasileiros
São PauloNovo estudo da Universidade de Bristol revela que a mudança dos relógios duas vezes por ano pode alterar, de forma perceptível e temporária, os padrões de sono das pessoas. Pesquisadores analisaram dados de atividade de 11.800 indivíduos para observar como o tempo de sono variava durante as mudanças de horário na Primavera e no Outono entre 2013 e 2015. Embora o horário de verão apresente desafios, as alterações no sono aparentam ser de curta duração.
O estudo identificou os seguintes pontos principais:
Mudanças de Horário e Seus Efeitos no Sono
Na primavera, as pessoas perdem cerca de uma hora de sono na noite em que o relógio é adiantado. Já no outono, os participantes ganham pouco mais de meia hora de sono extra. Homens tendem a recuperar o sono durante a semana, especialmente na primavera, enquanto mulheres frequentemente dormem menos após as mudanças, possivelmente devido ao aumento da insônia e dificuldades para dormir.
Mudança de Horário na Primavera: Impactos na Saúde
O estudo revela que a mudança de horário na primavera tem importantes efeitos na saúde. A perda de sono, mesmo que por um curto período, pode prejudicar tanto a saúde mental quanto a física. Os impactos negativos vão além da simples perda de sono; incluem maiores riscos de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, acidentes de trânsito e depressão. Isso está em linha com outras pesquisas que indicam que até mesmo pequenas alterações no sono podem causar grandes problemas de saúde.
Homens e mulheres lidam de maneira diferente com as mudanças no sono causadas pelos ajustes no relógio. Homens podem achar mais fácil recuperar o sono perdido, enquanto mulheres que já enfrentam problemas de sono podem ter ainda mais dificuldades nos dias seguintes à mudança de horário. Essa diferença indica que homens e mulheres vivenciam problemas relacionados ao sono de formas distintas, impactando suas rotinas diárias.
O debate sobre o horário de verão está ganhando força nos países ocidentais. Isso sugere que descobertas recentes podem influenciar políticas futuras. Se os aspectos negativos de alterar o horário, como problemas de sono e riscos à saúde, superarem os benefícios, os países podem optar por abandonar essa prática. É crucial considerar como o fim dessas mudanças semestrais poderia melhorar a saúde pública, especialmente devido à forte relação entre sono, diferenças de gênero e impactos na sociedade.
Esses resultados orientam estudos futuros sobre os desafios do sono, seus efeitos em diferentes grupos e as consequências duradouras de práticas como o horário de verão. À medida que os países reavaliam suas políticas de tempo, este estudo destaca a importância de considerar o impacto real na saúde das pessoas.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1111/jsr.14335e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Melanie A. de Lange, Rebecca C. Richmond, Kate Birnie, Chin Yang Shapland, Kate Tilling, Neil M. Davies. The effects of daylight saving time clock changes on accelerometer‐measured sleep duration in the UK Biobank. Journal of Sleep Research, 2024; DOI: 10.1111/jsr.14335Compartilhar este artigo