Cientistas propõem redefinir planetas: novas regras incluem orbitantes de anãs marrons e estrelas remanescentes

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Por Ana Silva
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Exoplanetas orbitando diferentes estrelas no espaço profundo.

São PauloCientistas planetários querem redefinir o que é considerado um planeta. Atualmente, para ser um planeta, ele deve orbitar ao redor do nosso sol. No entanto, muitos cientistas acham que essa regra está desatualizada e é limitada diante do conhecimento atual.

Um Novo Conceito de Planetas Será Apresentado em 2024

Um artigo que será publicado no Planetary Science Journal propõe uma nova forma de definir planetas. Esta ideia inovadora abrange todos os objetos que orbitam estrelas, anãs marrons ou os restos de estrelas. O professor Jean-Luc Margot, da UCLA, está à frente deste projeto e apresentará a nova definição na Assembleia Geral da União Astronômica Internacional em agosto de 2024.

Definição Atual e Proposta de Planeta

A definição atual de planeta pela IAU inclui:

  • Orbita o sol
  • Tem massa suficiente para ser esférico
  • Limpou sua órbita

A nova definição proposta engloba:

  • Orbita uma ou mais estrelas, anãs marrons ou remanescentes estelares
  • Possui massa maior que (10^{23}) kg
  • Possui massa menor que 13 massas de Júpiter ((2.5 \times 10^{28}) kg)

Nova definição utiliza limites de massa para maior clareza

A nova definição busca ser clara e inclusiva ao estabelecer limites de massa bem definidos, evitando assim confusões. Margot e sua equipe acreditam que utilizar a massa como critério é mais simples e preciso.

Motivo da Mudança na Definição

Cientistas descobriram milhares de planetas fora do nosso sistema solar. Esses exoplanetas não se encaixam na definição sol-centrada da IAU. A definição atual também é vaga sobre "limpar a órbita." A nova definição oferece critérios quantificáveis.

Jean-Luc Margot e sua equipe utilizaram matemática para estudar objetos em nosso sistema solar. Seu método revelou que os planetas possuem características especiais. Um exemplo é a "dominância dinâmica", que se refere à capacidade de um planeta de atrair ou repelir objetos próximos.

Problemas com a Definição Atual

A exigência da definição atual de que o planeta seja esférico é difícil de medir. Planetas distantes não podem ser observados com detalhes suficientes para confirmar sua forma. Margot e sua equipe argumentam que o critério de forma é praticamente inútil.

A regra atual de que um planeta deve orbitar o nosso Sol é muito restritiva pois exclui planetas fora do nosso sistema solar. A nova proposta permite que sejam considerados planetas aqueles que orbitam qualquer estrela, anã marrom ou remanescente estelar.

Vantagens da Nova Definição

A nova definição simplifica os critérios ao focar na massa, uma propriedade mais fácil de medir. Isso elimina discussões sobre o cumprimento dos critérios.

Em nosso sistema solar, corpos maiores que (10^{21}) kg são geralmente esféricos. Isso sugere que o novo limite inferior de massa de (10^{23}) kg provavelmente incluirá corpos arredondados.

Próximas Etapas

Uma mudança oficial na definição da IAU levará tempo. No entanto, Margot e seus colegas esperam que sua proposta inicie um debate. Eles buscam uma definição aprimorada e mais inclusiva.

A nova definição pode mudar a forma como classificamos os planetas. Isso demonstra que nosso entendimento do universo está avançando. Também reconhece os inúmeros planetas descobertos fora do nosso sistema solar. Esta proposta atualiza a ciência planetária com as descobertas mais recentes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.3847/PSJ/ad55f3

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jean-Luc Margot, Brett Gladman, Tony Yang. Quantitative Criteria for Defining Planets. arXiv.org, 2024; DOI: 10.3847/PSJ/ad55f3
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