Testemunho revela falhas de segurança em Boeing 737 Max

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Por Alex Morales
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Boeing 737 Max com painel danificado em voo.

São PauloInvestigadores irão questionar oficiais da Boeing sobre um incidente em voo envolvendo um Boeing 737 Max. Um painel da aeronave se soltou durante o voo, causando danos e aumentando as preocupações de segurança para a Boeing. Isso aconteceu no início deste ano. A audiência de dois dias analisará o acidente de 5 de janeiro, onde um barulho alto resultou em um grande buraco na lateral de um jato da Alaska Airlines.

Pontos principais a considerar:

  • O relatório preliminar do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) aponta que quatro parafusos que fixavam o painel não foram substituídos após um reparo realizado na fábrica da Boeing.
  • A Boeing alega que o trabalho de reparo não foi documentado.
  • Membros do NTSB irão questionar os representantes da Boeing sobre a ausência de documentação que poderia esclarecer o erro.

John Goglia, ex-membro do NTSB, afirmou que a agência deseja entender o ocorrido. A audiência registrará depoimentos, indicando que a Boeing não seguiu seus próprios procedimentos ao lidar com a FAA. Isso pode afetar a percepção de reguladores e clientes sobre a Boeing.

A NTSB não descobrirá a causa do incidente logo após a audiência. Esse processo pode levar mais um ano. A audiência do conselho serve apenas para coletar fatos. Entre as testemunhas estão Elizabeth Lund, vice-presidente sênior de qualidade da Boeing, e representantes da Spirit AeroSystems, empresa que fabrica fuselagens para os jatos Max.

A agenda inclui depoimentos sobre:

  • Produção e inspeções
  • Abertura e fechamento do plugue da porta na fábrica da Boeing
  • Sistemas de segurança na Boeing e Spirit
  • Supervisão da FAA sobre a Boeing

O administrador da FAA, Mike Whitaker, afirmou que a agência estava priorizando a verificação de documentos em vez de realizar inspeções reais. Ele garantiu que isso irá mudar. Um avião entregue à Alaska Airlines em outubro realizou cerca de 150 voos. A companhia aérea interrompeu o uso da aeronave em rotas para o Havaí após detectar possíveis problemas de pressurização.

Avião sofre queda brusca de pressão fazendo máscaras de oxigênio caírem, mas pousa em segurança

Um avião enfrentou um problema pouco depois de decolar de Portland, levando a uma rápida queda na pressão da cabine a 16.000 pés de altitude, o que fez com que as máscaras de oxigênio caíssem. Felizmente, ninguém se feriu, e os pilotos conseguiram pousar a aeronave de volta em Portland com segurança. A tampa da porta foi encontrada no quintal de uma casa em Cedar Hills, Oregon, representando um risco à segurança das pessoas no solo.

Nenhum representante da Alaska Airlines irá prestar depoimento, o que sugere que a companhia aérea talvez não tenha culpa. No entanto, a tensão entre a NTSB e a Boeing continua alta. Recentemente, a presidente do conselho, Jennifer Homendy, teve uma discussão pública com a Boeing sobre o grau de cooperação da empresa nas investigações.

A FAA está sob pressão para aumentar sua fiscalização após os acidentes com o Max em 2018 e 2019. Este último incidente pode afetar as relações regulatórias da Boeing e levar a ações judiciais coletivas por parte dos passageiros. O Departamento de Justiça também está monitorando a Boeing de perto, tendo encontrado possíveis conspirações em acordos legais anteriores relacionados ao Max.

A Boeing está enfrentando sérios problemas financeiros, acumulando perdas superiores a US$ 25 bilhões desde 2019. A investigação conduzida pelo NTSB pode auxiliar nas ações judiciais em curso contra a empresa. Advogados como Mark Lindquist acreditam que essas questões evidenciam uma possível negligência contínua na Boeing.

Esta audiência discute não apenas o problema do motor em pleno voo, mas também os problemas gerais da Boeing. Com novos líderes na empresa, a população espera que os responsáveis assumam a responsabilidade e coloquem a segurança novamente como prioridade.

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