Novo modelo da Universidade de Colônia revela fases da migração humana pela Europa

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Mapa migratório da Europa com zonas de impacto climático

São PauloPesquisadores da Universidade de Colônia desenvolveram um novo modelo populacional chamado "Modelo Nosso Caminho." Este modelo revela como os humanos se espalharam pela Europa durante o período Aurignaciano (aproximadamente 43.000 a 32.000 anos atrás). Dividido em quatro principais fases de migração humana, o modelo utiliza informações climáticas e achados arqueológicos para nos ajudar a compreender como os primeiros humanos lidaram com as diferentes condições climáticas durante o final do Último Período Glacial.

O modelo descreve as etapas do movimento humano.

  • Expandiu-se lentamente do Levante para os Balcãs (cerca de 45.000 a 43.000 anos atrás)
  • Expandiu-se rapidamente para a Europa Ocidental (cerca de 43.250 a 41.000 anos atrás)
  • Declínio populacional e áreas ocupadas reduzidas (cerca de 41.000 a 39.000 anos atrás)
  • Recuperação e migração adicional para a Grã-Bretanha e a Península Ibérica (a partir de cerca de 38.000 anos atrás)

Esta pesquisa se destaca por utilizar tanto a ciência climática quanto a arqueologia para estudar a migração humana. Isso é crucial, pois ajuda a medir como as mudanças climáticas afetaram o movimento das populações. Ao combinar dados climáticos antigos com achados arqueológicos, os cientistas podem estimar a adequação de diferentes ambientes para a habitação humana em diversas épocas.

Pesquisadores utilizam aprendizado de máquina para entender condições climáticas favoráveis na era Aurignaciana

Os pesquisadores empregaram aprendizado de máquina para identificar as condições climáticas benéficas à vida humana durante o período Aurignaciano. Esse método supera modelos antigos que frequentemente desconsideravam a facilidade de uso dos recursos naturais. Ao adotar a técnica chamada HEP, essa nova abordagem consegue explicar melhor como os humanos reagiram às mudanças climáticas.

Na terceira fase, a população humana diminuiu devido a um período muito frio conhecido como GS9/HE4. Apesar das condições adversas, os humanos sobreviveram em lugares como os Alpes, demonstrando sua capacidade de adaptação. Quando o clima melhorou na quarta fase, por volta de 38.000 anos atrás, as populações cresceram rapidamente e se expandiram para novas áreas.

Pesquisas indicam que os primeiros humanos não apenas foram afetados pelas mudanças climáticas, mas também se adaptaram e tiraram proveito desses novos ambientes. Eles usaram métodos avançados para se deslocar, sair e reestabelecer suas comunidades de acordo com o ambiente e suas estruturas sociais. O “Modelo Our Way” nos ajuda a entender como a criatividade e a adaptabilidade humanas sempre foram essenciais para a sobrevivência e para a migração para novas áreas.

Os pesquisadores planejam continuar testando os conceitos fundamentais de seu modelo. Eles pretendem investigar como as mudanças culturais influenciam a migração humana, o que pode fornecer detalhes adicionais sobre a dispersão de nossos ancestrais pela Europa. Este trabalho faz parte da iniciativa Human and Earth System Coupled Research (HESCOR) da Universidade de Colônia, que visa compreender melhor a interação entre os seres humanos e o meio ambiente.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-51349-y

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yaping Shao, Christian Wegener, Konstantin Klein, Isabell Schmidt, Gerd-Christian Weniger. Reconstruction of human dispersal during Aurignacian on pan-European scale. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-51349-y
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