Estudo revela: florestas antigas da Europa eram dinâmicas, com carvalhos, avelãs e teixos abundantes
São PauloEstudo revela novos insights sobre florestas pré-históricas na Europa
Uma pesquisa da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, descobriu que as antigas florestas da Europa não eram densas como frequentemente se imagina. Na verdade, eram áreas mais abertas e dinâmicas. Árvores como carvalho, avelã e teixo prosperavam nesses locais. O estudo, publicado no Journal of Ecology, questiona antigas percepções e demonstra que essas árvores se desenvolviam bem em espaços abertos e semi-abertos, oferecendo uma nova compreensão sobre os ambientes pré-históricos da Europa.
O estudo utiliza o modelo REVEALS para analisar dados de pólen de períodos cruciais, como o Último Interglacial e o início ao meio do Holoceno. Os resultados indicam que os grandes herbívoros tiveram um papel fundamental na formação dessas florestas, mais do que os incêndios naturais ou as mudanças climáticas. Esses animais contribuíram para a criação de uma combinação de áreas abertas e florestadas. Esse ambiente proporcionou diversos habitats, permitindo que muitas espécies prosperassem, o que é diferente de uma floresta densa e sombreada.
Áreas abertas ou parcialmente abertas beneficiaram animais e plantas que não conseguem prosperar em regiões densamente arborizadas. Animais de grande porte, como cavalos e bois, foram essenciais na manutenção dessas áreas mistas abertas. Esses espaços abrigavam uma ampla variedade de plantas e animais, contribuindo para a diversidade da natureza.
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O estudo destaca como os conhecimentos do passado podem ajudar na conservação atualmente. Compreender como as florestas semiabertas contribuem para a biodiversidade pode orientar o rewilding e o manejo florestal atuais. Ao restaurar esses tipos de paisagens, podemos proteger melhor os ecossistemas das mudanças climáticas e do declínio da biodiversidade.
A gestão moderna das florestas pode se inspirar em ecossistemas antigos ao criar bosques semiabertos em novas florestas. Essa abordagem promove uma diversidade de espécies vegetais e estruturas, oferecendo diversos benefícios ambientais. Essas áreas são capazes de capturar carbono, ajudar na sobrevivência de polinizadores e oferecer abrigo para a vida selvagem.
Grandes herbívoros influenciam a organização das florestas, e compreender esse impacto pode ajudar na formulação de políticas para a preservação de ambientes florestais saudáveis. Incentivar a criação de bosques semi-abertos torna as florestas mais resistentes às mudanças climáticas, beneficiando várias espécies que não sobreviveriam em ambientes florestais tradicionais.
As florestas antigas da Europa não eram meramente densas massas de árvores, mas sim paisagens diversificadas, moldadas por grandes herbívoros. Essas paisagens abrigavam uma ampla gama de habitats essenciais para diferentes formas de vida. Compreender essa dinâmica pode auxiliar nos esforços atuais para preservar ou criar ambientes semelhantes, promovendo a biodiversidade e melhorando a saúde ecológica.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1111/1365-2745.14422e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Elena A. Pearce, Florence Mazier, Ralph Fyfe, Charles W. Davison, Signe Normand, Maria‐Antonia Serge, Paolo Scussolini, Jens‐Christian Svenning. Higher abundance of disturbance‐favoured trees and shrubs in European temperate woodlands prior to the late‐Quaternary extinction of megafauna. Journal of Ecology, 2024; DOI: 10.1111/1365-2745.1442228 de outubro de 2024 · 11:26
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