Líder da Nova Zelândia justifica exclusão de palavras maori em convite

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
- em
Prédio do parlamento da Nova Zelândia sem placas em língua Maori.

São PauloNovo governo da Nova Zelândia debate o uso do idioma Māori em comunicações oficiais. A questão ganhou destaque após a remoção de frases em Māori de um convite enviado ao ministro australiano Tony Burke. Chris Luxon, o novo Primeiro-Ministro, defendeu a decisão, afirmando que era importante manter a comunicação com os oficiais australianos simples e clara em inglês.

Parlamento da Nova Zelândia vive tensões com acusações de bullying e racismo

Eventos recentes no Parlamento da Nova Zelândia têm se tornado tensos, com acusações de bullying, racismo e fortes divergências. O líder da oposição, Chris Hipkins, questionou Luxon sobre comentários feitos por parlamentares durante uma sessão. A discussão centrou-se em Paul Goldsmith, Ministro das Artes, Cultura e Patrimônio, que supostamente instruiu funcionários a evitar o uso de certas expressões em maori em documentos oficiais.

Frases importantes que foram removidas incluem:

  • "tēnā koe" - uma saudação formal
  • "Aotearoa" - um nome amplamente reconhecido em Māorí para a Nova Zelândia

Goldsmith justificou sua decisão afirmando que o convite precisava de menos te reo Māori, apesar de te reo Māori ter ressurgido na Nova Zelândia e ser agora amplamente utilizado no dia a dia.

Governo de Luxon Eleito em 2023 Gera Polêmicas sobre Questões Raciais

O governo de coalizão liderado por Luxon, eleito em 2023, gerou vários debates públicos sobre questões raciais. Um dos temas mais discutidos foi a ideia de mudar os nomes das agências governamentais do Māori para o inglês. Outra questão foi o término de programas que ofereciam atenção especial aos Māori, mesmo com a população Māori ainda enfrentando grandes desafios na saúde, situação econômica e no sistema de justiça.

Protestos em frente ao Parlamento contra retirada de reconhecimento da herança Māori nas leis de proteção infantil

Nesta semana, manifestantes se reuniram em frente ao Parlamento para protestar contra o plano do governo de remover o reconhecimento da herança Māori das crianças nas leis de proteção infantil. Luxon tentou acalmar o público ao afirmar que o governo valoriza a língua Māori.

Essas mudanças preocupam as pessoas sobre o que isso significa para a cultura e língua Māori. Os críticos afirmam que voltar a usar nomes em inglês e retirar palavras em Māori dos documentos oficiais prejudica anos de esforços para apoiar e promover o te reo Māori. Ativistas que se empenharam na revitalização da língua Māori veem essas ações como um retrocesso.

O debate evidencia as questões em andamento na Nova Zelândia sobre suas duas identidades culturais. Embora o te reo Māori seja um idioma oficial, seu uso em ambientes públicos ainda é contestado. Algumas pessoas veem as ações do governo como um afastamento da valorização do patrimônio cultural do povo Māori.

A identidade da Nova Zelândia é uma fusão das culturas Māori e europeia, e é fundamental respeitar ambas. Decisões de líderes como Luxon podem ter efeitos sociais duradouros, possivelmente resultando em mais divisões ao invés de unir as pessoas. Esta situação destaca a importância de uma governança inclusiva, que deve reconhecer e respeitar a herança indígena do país.

Mundo: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário