Genes de hamsters revelam segredo da hibernação

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Por Bia Chacu
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Hamster com fio de DNA em ambiente nevado e frio.

São PauloPesquisadores da Universidade de Hokkaido, no Japão, descobriram como alguns mamíferos conseguem sobreviver ao frio por longos períodos por meio da hibernação. Eles identificaram um gene chave chamado glutationa peroxidase 4 (Gpx4) em hamsters sírios, que ajuda as células a suportarem temperaturas muito baixas. Essa descoberta oferece uma compreensão melhor de como os animais hibernam sem sofrer danos celulares provocados pelo frio.

Estudo Revela Papel Crucial do Gpx4 na Proteção Celular Contra o Frio

Uma pesquisa revelou que a enzima Gpx4 desempenha um papel essencial na mitigação dos danos causados por radicais livres, especialmente aqueles que se acumulam em condições de frio e podem prejudicar as células. Os pesquisadores introduziram genes de hamsters em células humanas de câncer e as submeteram a baixas temperaturas para identificar quais genes contribuíam para a sobrevivência celular. Assim, identificaram o Gpx4 como fator-chave na proteção celular.

A relevância da Gpx4 pode ter impactos significativos na medicina e na tecnologia humanas. Veja como ela pode ser aplicada:

  • Preservação a longo prazo de órgãos para transplantes utilizando armazenamento a frio
  • Novas abordagens terapêuticas envolvendo hipotermia controlada
  • Compreensão da resiliência celular para viagens espaciais em condições extremas

Estudos mostram que o gene Gpx4 está presente em humanos, mas nossas células são mais sensíveis ao frio em comparação com as de animais que hibernam. Isso sugere que a resistência ao frio envolve mais do que simplesmente ter certos genes; é possível que também dependa de como os genes são regulados e do ambiente celular como um todo. Analisar como o Gpx4 dos hamsters funciona mais eficazmente em baixas temperaturas, em comparação com o Gpx4 humano, pode oferecer novos insights.

Compreender e utilizar esta força genética pode resultar em avanços científicos significativos. Por exemplo, desenvolver melhores métodos para a aplicação de tratamentos frios durante cirurgias poderia tornar os procedimentos mais precisos e menos invasivos. Além disso, o conhecimento adquirido pode auxiliar na compreensão de doenças relacionadas ao envelhecimento, onde o dano causado pelo estresse oxidativo é fundamental.

Este estudo investiga como os animais se adaptam e utilizam diferentes estratégias para sobreviver em ambientes desafiadores. Ao entender mais sobre essas adaptações, podemos aplicá-las na medicina para desenvolver novos tratamentos que auxiliem as pessoas a viver melhor mesmo em condições adversas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41419-024-07059-w

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Masamitsu Sone, Nonoka Mitsuhashi, Yuki Sugiura, Yuta Matsuoka, Rae Maeda, Akari Yamauchi, Ryoto Okahashi, Junpei Yamashita, Kanako Sone, Sachiyo Enju, Daisuke Anegawa, Yoshifumi Yamaguchi. Identification of genes supporting cold resistance of mammalian cells: lessons from a hibernator. Cell Death & Disease, 2024; 15 (9) DOI: 10.1038/s41419-024-07059-w
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