Novo estudo: humanos influenciam reintrodução de lobos em Isle Royale e afetam carnívoros locais

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Por Alex Morales
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Lobos vagando pela Ilha Royale com outros animais por perto.

São PauloCientistas da Universidade de Wisconsin-Madison investigaram a reintrodução de lobos na Ilha Royale. Eles constataram que as mudanças não foram duradouras. Mesmo com poucas visitas ao parque, o impacto humano teve um efeito significativo nos carnívoros locais.

O estudo utilizou DNA de raposas e martas. Os pesquisadores coletaram amostras de fezes e pelos antes e depois da reintrodução dos lobos. Eles analisaram essas amostras para descobrir o que os animais comiam e onde viviam em diferentes períodos. Isso ajudou a classificar os efeitos nos animais em três estágios.

  • Ausência: Antes da reintrodução dos lobos
  • Estabelecimento: O primeiro ano após a reintrodução dos lobos
  • Coalescência: Quando as matilhas de lobos se formaram e estabeleceram territórios

Eles analisaram dados do ano anterior ao retorno dos lobos à Ilha Royale, um ecossistema simples localizado em uma ilha no Lago Superior. A ilha abrigava animais como alces, castores e esquilos. Os lobos chegaram na década de 1940 e formaram várias alcateias. Em 2018, restavam apenas dois lobos intimamente relacionados. Para restaurar o equilíbrio, 19 novos lobos foram introduzidos em 2019.

No primeiro ano após o retorno dos lobos, tudo mudou. Os lobos não tinham territórios fixos e vagavam sozinhos. As raposas se afastaram das florestas densas e se aproximaram dos acampamentos. Isso permitiu que as martas se expandissem e aumentassem sua população nas florestas espessas.

Raposas enfrentaram muitos perigos neste período. Geralmente, elas se alimentavam de pequenos animais ou de restos deixados por outros. Comer as sobras de presas dos lobos era útil, mas arriscado para elas. Para evitar os lobos, as raposas ficavam perto dos acampamentos humanos. Elas começaram a depender dos humanos para se alimentar, recorrendo a mendigar e roubar dos acampamentos.

Em 2020, os lobos passaram a formar grupos e a escolher áreas para viver. Isso resultou em impactos menores nas populações de raposas e martas, permitindo que os animais retomassem seus comportamentos e dietas habituais.

O impacto humano também foi significativo. Mesmo na isolada Ilha Royale, as pessoas influenciaram as interações dos carnívoros. Visitantes trouxeram alimentos que mudaram os hábitos e a localização dos animais. Pesquisadores observaram que a presença humana teve um efeito marcante, apesar do parque receber pouquíssimos visitantes.

Os pesquisadores colaboraram com o Serviço Nacional de Parques para realizar este estudo. Seus resultados oferecem informações valiosas para futuras iniciativas de reintrodução de carnívoros. O estudo também auxilia o Parque Nacional de Isle Royale a proteger seu ambiente natural e melhorar a experiência dos visitantes.

Esta pesquisa foi financiada pelo Serviço Nacional de Parques dos EUA, pela Fundação Nacional dos Parques e por uma bolsa do Programa de Pesquisadores de Pós-Graduação da UW-Madison SciMed. Os resultados mostram que restaurar ecossistemas pode levar a mudanças inesperadas, mas ainda podemos aprender lições valiosas para a conservação a partir desses resultados.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/fee.2750

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Mauriel Rodriguez Curras, Mark C Romanski, Jonathan N Pauli. The pulsed effects of reintroducing wolves on the carnivore community of Isle Royale. Frontiers in Ecology and the Environment, 2024; DOI: 10.1002/fee.2750
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