Novo estudo: magma oculto pode ser a chave das misteriosas faixas brilhantes da Lua

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Superfície lunar com padrões ondulantes e magma subterrâneo.

São PauloRodopios lunares são marcas claras e sinuosas na superfície da Lua que você pode observar com um telescópio caseiro. Esses traços luminosos se estendem por centenas de quilômetros. Mas por que eles permanecem brilhantes enquanto as áreas ao redor escurecem? Novas pesquisas ajudam a esclarecer essa questão.

Redemoinhos lunares são manchas claras de rochas que se tornaram magnetizadas. Essas rochas magnetizadas repelem partículas do vento solar, direcionando-as para rochas adjacentes. O impacto dessas partículas acaba provocando reações que escurecem as rochas vizinhas, enquanto as rochas nos redemoinhos permanecem brilhantes. Os cientistas estão intrigados sobre como essas rochas se magnetizaram, já que a Lua não possui um campo magnético atualmente.

Pesquisadores propuseram duas teorias principais sobre como esses redemoinhos se magnetizaram:

  • Impactos de meteoritos
  • Resfriamento da lava subterrânea

Michael J. Krawczynski, professor da Universidade de Washington em St. Louis, acredita que lava subterrânea seja a causa. Ele e sua equipe realizaram experimentos para verificar essa teoria, e suas descobertas foram publicadas no Journal of Geophysical Research: Planets.

A equipe investigou como diferentes composições de ar e velocidades de resfriamento do magma influenciam um mineral chamado ilmenita. O objetivo era descobrir se essas condições poderiam tornar a ilmenita magnética. Na Terra, as rochas frequentemente contêm magnetita, um mineral que se magnetiza com facilidade. No entanto, a Lua não possui magnetita; em vez disso, a ilmenita é muito comum por lá.

Os experimentos demonstraram que, em condições lunares, o ilmenita pode produzir partículas de ferro metálico. Essas partículas podem ser magnetizadas. Grãos menores de ilmenita geram campos magnéticos mais fortes porque possuem uma maior área de superfície em comparação ao seu volume. Isso facilita a formação de ferro metálico pelos grãos.

Krawczynski acredita que magma subterrâneo com alto teor de titânio poderia gerar materiais que se tornam magnéticos. Amostras da lua e de meteoritos lunares sugerem que essa reação ocorre na superfície. O resfriamento no subsolo fortaleceria essas reações. Isso indica que magma oculto pode estar causando os efeitos magnéticos observados nos redemoinhos lunares.

Estudar redemoinhos lunares pode nos ajudar a entender mais sobre a história da superfície da Lua e seu antigo campo magnético. Além disso, pode revelar como superfícies planetárias interagem com o espaço ao seu redor.

O método experimental de Krawczynski é atualmente a melhor forma de testar a teoria, mas ainda não podemos perfurar diretamente para observar essas reações. A NASA planeja enviar um rover para uma área lunar chamada Reiner Gamma em 2025 como parte da missão Lunar Vertex. Essa missão pode fornecer dados cruciais para confirmar essas descobertas.

Atualmente, nossa principal fonte de conhecimento vem do estudo da superfície. A próxima missão pode revelar mais detalhes. Até lá, utilizamos experimentos e modelos para investigar as peculiaridades intrigantes da Lua.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1029/2023JE008179

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Y. Liang, S. M. Tikoo, M. J. Krawczynski. Possibility of Lunar Crustal Magmatism Producing Strong Crustal Magnetism. Journal of Geophysical Research: Planets, 2024; 129 (5) DOI: 10.1029/2023JE008179
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