Novo estudo: padrões de sono ruim aumentam risco de diabetes em populações diversas

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Por João Silva
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Um despertador ao lado de um medidor de glicose.

São PauloUm novo estudo revelou que hábitos de sono inadequados podem aumentar significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2. A pesquisa, que incluiu adultos de diversas origens raciais e econômicas, foi publicada na revista Diabetologia e demonstra que manter uma rotina de sono regular é crucial para reduzir o risco da doença.

Principais descobertas do estudo:

  • Sono insalubre é caracterizado por menos de sete ou mais de nove horas por noite.
  • O estudo analisou um grupo diversificado, incluindo uma alta porcentagem de participantes negros e de baixa renda.
  • Os participantes relataram suas durações de sono em duas pesquisas realizadas com cinco anos de intervalo.
  • Os pesquisadores observaram o maior risco de diabetes entre aqueles com alterações extremas na duração do sono.

Estudos anteriores indicam que a falta de sono pode resultar em diabetes. Esta nova pesquisa investiga como isso afeta pessoas com menor acesso a cuidados de saúde. Os pesquisadores utilizaram dados de cerca de 36.000 adultos residentes no sudeste dos Estados Unidos. A maioria dessas pessoas possuía baixa renda e foi recrutada em centros de saúde comunitários.

Kelsie Full, especialista em sono da Universidade Vanderbilt, afirmou que o estudo destaca a importância de dormir bem, especialmente para pessoas de meia-idade. Os pesquisadores observaram que analisar os hábitos de sono ao longo do tempo é mais relevante do que avaliações pontuais para entender o risco de diabetes.

Este estudo se destaca por incluir grupos de pessoas que frequentemente são excluídos de pesquisas de saúde. Aproximadamente 62% dos participantes eram negros. Pesquisas anteriores geralmente focavam principalmente em grupos brancos ou chineses e investigavam o sono em apenas um momento específico.

Qian Xiao, PhD, MPH, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas em Houston, destacou a importância de manter um horário regular de sono. Padrões de sono irregulares podem resultar em problemas como controle inadequado do açúcar no sangue, obesidade e maior risco de diabetes.

Sono prolongado pode não causar diabetes diretamente, mas pode indicar outros fatores de risco, como cansaço associado à doença. Pesquisadores acreditam que o sono prolongado pode prever o risco de diabetes e recomendam mais estudos para entender o que influencia o sono em áreas mais pobres.

O estudo, financiado por bolsas do NIH, tem como objetivo investigar como o sono influencia as diferenças de saúde entre as pessoas. Os resultados indicam que uma melhor qualidade do sono pode contribuir para diminuir as disparidades de saúde nos EUA.

Precisamos de estudos que comprovem se uma melhor qualidade de sono pode ajudar a reduzir essas desigualdades de saúde. Esta pesquisa oferece informações valiosas, especialmente para grupos que historicamente enfrentaram mais dificuldades com sono ruim e diabetes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1007/s00125-024-06202-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Qian Xiao, Kelsie M. Full, Martin K. Rutter, Loren Lipworth. Long-term trajectories of sleep duration are associated with incident diabetes in middle-to-older-aged Black and White Americans. Diabetologia, 2024; DOI: 10.1007/s00125-024-06202-8
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