Novo estudo revela sinais de água no asteroide metálico Psyche
São PauloTelescópio James Webb encontra indícios de moléculas de água em asteroide
O Telescópio Espacial James Webb da NASA descobriu moléculas de hidroxila na superfície do asteroide Psyche. Essa descoberta, realizada por uma equipe liderada pelo Southwest Research Institute, sugere que Psyche pode conter minerais que armazenam água, indicando um passado geológico complexo. Psyche é um dos maiores objetos no cinturão de asteroides, com um diâmetro de 140 milhas, e acredita-se que seja predominantemente composto de metal, possivelmente remanescente do núcleo de um planeta que se desintegrou após uma colisão.
Os minerais hidratados encontrados em Psique podem ampliar significativamente nosso entendimento sobre o passado e a formação do asteroide. A água encontrada pode ter origem em:
- Fontes externas, como impactores que trouxeram minerais com água.
- Processos internos, sugerindo que Psyche pode ter se formado além da 'linha de neve' antes de migrar para dentro do sistema solar.
Pesquisa conduzida pela Dra. Tracy Becker do Southwest Research Institute e pela Dra. Stephanie Jarmak do Centro de Astrofísica | Harvard & Smithsonian revelou novas informações através de observações em infravermelho, que fornecem perspectivas distintas das que a espaçonave Psyche investigará. A espaçonave, lançada em 13 de outubro de 2023, levará sete anos para percorrer 3.5 bilhões de quilômetros até alcançar Psyche em agosto de 2029.
Se os minerais hidratados vêm de dentro de Psique, isso desafia a ideia de que Psique é apenas o núcleo de um protoplaneta. Em vez disso, Psique pode ter vindo de áreas mais frias antes de se mover para onde está agora. Isso sugere que Psique pode ter uma composição mais complexa do que acreditávamos anteriormente, e suas origens podem precisar ser reconsideradas.
Compreender a composição e a história de Psyche ajuda os cientistas a descobrir como os materiais se espalharam no início do sistema solar. Além disso, pode revelar como a água, e as chances de vida, se moveram pelo sistema solar. As descobertas de Psyche podem até orientar onde procurar por vida fora do nosso sistema solar.
O conteúdo variável de água na superfície de Psique indica que essa água não está distribuída de maneira uniforme. Essa distribuição desigual pode ser resultado de colisões com outros asteroides ricos em água, especialmente aqueles similares aos condritos carbonáceos. Isso sugere que Psique passou por muitos impactos e interações ao longo de bilhões de anos, alterando sua superfície.
Estudo dos asteroides M-class pode revelar segredos do sistema solar
As descobertas ressaltam a necessidade de investigar os asteroides do tipo M, ricos em metais. Esses corpos celestes não são apenas fascinantes para a ciência, mas também podem fornecer informações vitais sobre a formação do nosso sistema solar e a localização de recursos essenciais como a água. Os dados das missões Psyche e do Telescópio Espacial James Webb contribuirão para aprimorar nosso entendimento sobre a formação dos planetas e a distribuição de minerais no nosso sistema solar.
O estudo é publicado aqui:
https://arxiv.org/abs/2407.12162e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Stephanie G. Jarmak, Tracy M. Becker, Charles E. Woodward, Casey I. Honniball, Andrew S. Rivkin, Margaret M. McAdam, Zoe A. Landsman, Saverio Cambioni, Thomas G. Müller, Driss Takir, Kurt D. Retherford, Anicia Arredondo, Linda T. Elkins-Tanton. Estimate of water and hydroxyl abundance on asteroid (16) Psyche from JWST data. Planetary Science Journal, 2024 [abstract]Compartilhar este artigo