Transporte lento de proteínas em doenças crônicas revela novos caminhos para tratamentos inovadores

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Por Ana Silva
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Proteínas fluindo intercaladas com bloqueios visíveis e caminhos.

São PauloCientistas descobriram recentemente que muitas doenças crônicas compartilham uma característica surpreendente: as proteínas se movem mais lentamente dentro das células. Essa lentidão pode agravar os sintomas das doenças. Condições como diabetes tipo 2 e distúrbios inflamatórios têm sido difíceis de tratar devido à sua complexidade e à falta de uma única causa. No entanto, pesquisadores do Instituto Whitehead identificaram a mobilidade das proteínas como um novo alvo potencial para tratamentos.

Principais descobertas desta pesquisa incluem:

  • Proteínas experimentam uma desaceleração em cerca de metade das proteínas nas células afetadas por doenças.
  • Essa redução na mobilidade, chamada de proteolethargia, impacta várias funções celulares, desde sinalização até expressão gênica.
  • Muitas doenças crônicas apresentam essa característica, sugerindo um mecanismo comum por trás de diferentes patologias.

Título: Estresse Oxidativo e Seu Impacto nas Funções Celulares

O principal problema é o estresse oxidativo, que ocorre quando há um excesso de espécies reativas de oxigênio (ERO) no organismo. Essa condição interfere na movimentação das proteínas. Níveis elevados de ERO, frequentemente encontrados em pessoas com doenças crônicas causadas por dieta rica em açúcar ou gordura, prejudicam o funcionamento das células. Elas fazem com que proteínas com cisteínas na superfície formem ligações anormais, o que desacelera essas proteínas. Essa desaceleração afeta processos essenciais para a manutenção da saúde celular.

Esses resultados são significativos porque revelam um problema comum em várias doenças crônicas, o que pode levar a tratamentos eficazes para diversas condições. Pesquisadores do Whitehead Institute acreditam que medicamentos que reduzem o estresse oxidativo podem melhorar o trânsito de proteínas, resultando em um melhor funcionamento celular. Antioxidantes como a N-acetilcisteína mostraram-se promissores em estudos iniciais.

São necessárias mais pesquisas para desenvolver medicamentos seguros e eficazes que reduzam as espécies reativas de oxigênio (ROS) e melhorem o transporte de proteínas. Esses tratamentos podem revolucionar a forma como lidamos com doenças que atualmente carecem de boas opções terapêuticas.

Esta descoberta permite que os cientistas estudem como as proteínas se movem nas células e o impacto disso no envelhecimento e em doenças que antes não eram associadas ao movimento lento das proteínas. Ao observar o comportamento das proteínas dentro das células, essa pesquisa oferece uma nova forma de compreender e tratar doenças crônicas. O desenvolvimento de novos tratamentos que tenham como alvo esses processos pode representar um grande avanço na ciência médica. Os cientistas estão otimistas de que essas novas descobertas levarão a tratamentos eficazes para diversas condições de saúde a longo prazo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2024.10.051

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Alessandra Dall’Agnese, Ming M. Zheng, Shannon Moreno, Jesse M. Platt, An T. Hoang, Deepti Kannan, Giuseppe Dall’Agnese, Kalon J. Overholt, Ido Sagi, Nancy M. Hannett, Hailey Erb, Olivia Corradin, Arup K. Chakraborty, Tong Ihn Lee, Richard A. Young. Proteolethargy is a pathogenic mechanism in chronic disease. Cell, 2024; DOI: 10.1016/j.cell.2024.10.051
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