Novo estudo: regulação e engajamento público no futuro da robótica bio-híbrida

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Um robô com cérebro brilhante e membros mecânicos.

São PauloPesquisadores pedem novas regras para a criação de robôs bio-híbridos de forma ética. Estes robôs combinam tecidos vivos com partes sintéticas. Uma equipe da Universidade de Southampton, juntamente com pesquisadores dos EUA e da Espanha, publicou um artigo nos Anais da Academia Nacional de Ciências apontando preocupações éticas específicas e destacando a necessidade de debate público e uma boa supervisão.

Robôs bio-híbridos avançam rapidamente. Eles utilizam músculos reais para realizar diversas tarefas. Alguns exemplos são:

  • Rastejar
  • Nadar
  • Agarra
  • Bombeia
  • Perceber o ambiente

Robôs são controlados por células vivas e neurônios. Células sensoriais ou antenas de insetos aprimoram sua capacidade de detectar substâncias químicas. Embora essa área esteja em expansão, os debates sobre a ética não estão acompanhando o ritmo.

Robôs Bio-Híbridos: Inovação e Desafios

O Dr. Rafael Mestre da Universidade de Southampton explica que esses robôs combinam partes biológicas e sintéticas de maneiras inéditas. Isso traz tanto benefícios quanto riscos. Ao contrário dos robôs convencionais, os robôs bio-híbridos necessitam de regulamentação rigorosa. Eles enfrentam problemas semelhantes aos encontrados em pesquisas com células-tronco e dispositivos biomédicos.

Os autores identificaram três questões éticas importantes.

  1. Interatividade: Como os bio-robôs interagem com humanos e o meio ambiente
  2. Integração: Como os humanos podem utilizar bio-robôs, como membros ou órgãos bio-robóticos
  3. Status Moral: Se os robôs bio-híbridos podem ter valor moral ou consciência

Em seus exemplos, eles abordam situações onde bio-robôs poderiam prejudicar a cadeia alimentar ou onde membros bio-híbridos poderiam agravar as desigualdades sociais. Assistentes bio-híbridos avançados também poderiam levantar questões sobre sua consciência e comportamento moral.

Aníbal M. Astobiza, da Universidade do País Basco, afirma que os robôs bio-híbridos apresentam desafios únicos em comparação com as tecnologias totalmente artificiais. Eles interagem de maneira diferente com o ambiente e podem evoluir biologicamente, tornando mais complexa a avaliação ética dessas inovações.

O Dr. Rafael Mestre está à frente do projeto Futuros Biohíbridos, cujo objetivo é estabelecer novas diretrizes para a gestão de sistemas biohíbridos. O projeto destaca diversas necessidades importantes.

  • Avaliações de risco
  • Consideração das implicações sociais
  • Conscientização e entendimento público

O cientista político Dr. Matt Ryan, da Universidade de Southampton, ressalta a importância de envolver o público nas discussões. Debates anteriores sobre tecnologias como células-tronco e inteligência artificial revelam diferentes opiniões sobre questões morais. Ao contrário dessas tecnologias, a robótica bio-híbrida tem recebido menos atenção da mídia e do público. Incluir a população nesse processo garante que o desenvolvimento dessa tecnologia seja feito de maneira realmente democrática.

Dra. Victoria Webster-Wood da Universidade Carnegie Mellon destaca a importância da comunidade de pesquisa. Para ela, a colaboração entre pesquisadores é crucial para avanços significativos em robótica bio-híbrida. Se forem proativos, podem dividir a carga de trabalho, reduzindo o estresse individual.

A robótica bio-híbrida está em um momento crucial. Discutir agora as questões éticas e de governança pode orientar essa tecnologia em uma direção responsável.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2310458121

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Rafael Mestre, Aníbal M. Astobiza, Victoria A. Webster-Wood, Matt Ryan, M. Taher A. Saif. Ethics and responsibility in biohybrid robotics research. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2024; 121 (31) DOI: 10.1073/pnas.2310458121
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