Horário de exames de sangue afeta diagnóstico de demência

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Por Ana Silva
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Tubos de ensaio de sangue com gráficos de relógio e cérebro.

São PauloPesquisadores da Universidade de Surrey descobriram que o horário em que os exames de sangue são realizados pode influenciar significativamente os resultados no diagnóstico de demência. O estudo indica que os níveis de certos marcadores associados à doença de Alzheimer, como p-tau217, Aβ40, Aβ42 e NfL, variam bastante ao longo do dia. Esses marcadores atingem seus níveis mais baixos pela manhã e os mais altos à noite. Por outro lado, o marcador GFAP não apresenta grandes variações durante o dia.

Esta descoberta é crucial para o diagnóstico e a pesquisa científica. Os médicos devem considerar o momento da coleta de amostras de sangue para garantir a precisão dos resultados. Aqui estão alguns pontos chave para reflexão com base nestes achados.

  • O horário da coleta de amostras pode alterar as leituras de biomarcadores e impactar os diagnósticos.
  • Uniformizar o horário do dia para a coleta pode aumentar a precisão nos diagnósticos.
  • Anotar o horário da coleta é crucial para interpretar corretamente os resultados dos testes.

Biomarcadores como o p-tau217 apresentam variações significativas ao longo do dia e são essenciais para a detecção precoce. Identificar o Alzheimer nos estágios iniciais proporciona melhores chances de tratamentos que podem desacelerar sua progressão. Compreender como esses biomarcadores mudam durante o dia pode aprimorar nosso conhecimento sobre a progressão do Alzheimer e contribuir para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes.

Este estudo destaca a importância do relógio biológico, conhecido como ritmos circadianos, para entendermos as mudanças no funcionamento dos nossos corpos e cérebros. Quando esses ritmos são interrompidos, pode haver problemas de saúde, como distúrbios do sono e metabólicos. Utilizar essas informações pode melhorar o diagnóstico de demência.

Essas descobertas trazem novos desafios e oportunidades para a pesquisa sobre demência. É crucial entender o que provoca alterações nos biomarcadores. Fatores como hábitos de sono, atividade física, alimentação e ritmos naturais do corpo podem influenciar essas mudanças. Ao compreender esses elementos, os cientistas podem aprimorar o uso dos biomarcadores para diagnóstico e monitoramento da doença.

O estudo ressalta como a compreensão dos ritmos circadianos, que são ciclos naturais do corpo, pode ser benéfica na medicina. À medida que aprendemos mais sobre esses ritmos, eles podem ser cruciais para o tratamento não só da demência, mas de outras doenças também. Identificar o melhor momento do dia para tratamentos médicos pode melhorar áreas como terapia medicamentosa e medicina hormonal. Esta pesquisa incentiva mais estudos e a implementação do conceito de tempo na área da saúde.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41398-024-03084-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Ciro della Monica, Victoria Revell, Giuseppe Atzori, Rhiannon Laban, Simon S. Skene, Amanda Heslegrave, Hana Hassanin, Ramin Nilforooshan, Henrik Zetterberg, Derk-Jan Dijk. P-tau217 and other blood biomarkers of dementia: variation with time of day. Translational Psychiatry, 2024; 14 (1) DOI: 10.1038/s41398-024-03084-7
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