Atrasos durante pousos aumentam ingestão de poeira, acelerando desgaste de motores em aeroportos movimentados.

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Por Alex Morales
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Avião esperando para pousar cercado por nuvens de poeira.

São PauloAterragens em Aeroportos Movimentados Aumentam Desgaste dos Motores por Poeira

Aterragens em aeroportos movimentados fazem com que os aviões absorvam muita poeira, aumentando o desgaste dos motores e os riscos. Pesquisadores da Universidade de Reading descobriram que os aviões ingerem até 10 quilos de poeira a cada 1.000 voos. A maior parte dessa poeira entra nos motores enquanto eles estão circulando e aguardando para aterrissar.

O estudo analisou 17 anos de dados meteorológicos e imagens de satélite para medir a quantidade de poeira em dez grandes aeroportos localizados em desertos e regiões frequentemente atingidas por tempestades de areia. A maior quantidade de poeira foi registrada em:

  • Delhi, Índia: 6,6g por chegada no verão, 4,4g por partida
  • Dubai, Emirados Árabes: 4,3g por chegada
  • Niamei, Níger: 4,7g por chegada
  • Pequim, China: 2,9g por chegada

Dra. Claire Ryder afirmou que a poeira e a areia danificam motores de aeronaves. A poeira derrete e forma depósitos semelhantes a vidro nas lâminas e crostas duras dentro dos motores. Esses depósitos perturbam o fluxo de ar, fazendo com que os motores superaqueçam e se desgastem mais rapidamente.

Aviões ingerem maior quantidade de poeira ao permanecer em padrões de espera. Quando circulam a cerca de um quilômetro de altura, isso pode resultar em uma ingestão significativa de poeira. Por exemplo, em Delhi, durante o verão, os aviões ingerem metade da poeira total enquanto circulam em baixas altitudes.

Voar em altitudes mais elevadas pode reduzir em 41% a quantidade de poeira que entra nos motores. Além disso, optar por voar à noite em locais como Delhi e Dubai pode diminuir a ingestão de poeira pelos motores em mais de 30%.

Os possíveis problemas são graves. Maior desgaste do motor resulta em custos de manutenção mais elevados e possivelmente em uma vida útil mais curta dos motores. As companhias aéreas podem precisar ajustar suas operações de voo, especialmente em áreas com poeira, para lidar melhor com essas questões.

A mudança climática complica as coisas. Temperaturas mais altas podem causar mais poeira com a expansão dos desertos, mas os modelos climáticos ainda não têm certeza sobre isso. Os níveis de poeira dependem de fatores como umidade do solo, vento, chuva e cobertura vegetal. Pesquisadores da Universidade de Reading estão trabalhando para melhorar os modelos climáticos e prever melhor os padrões de poeira.

Companhias aéreas e autoridades de aviação precisam enfrentar essa questão rapidamente. Melhorar os horários de voos e os padrões de espera pode reduzir os problemas com poeira. Utilizar ferramentas de previsão mais avançadas pode ajudar a prever a exposição à poeira, permitindo um planejamento mais eficaz pelas companhias aéreas. Essas mudanças podem economizar dinheiro e tornar os voos mais seguros para os passageiros.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.5194/nhess-24-2263-2024

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Claire L. Ryder, Clément Bézier, Helen F. Dacre, Rory Clarkson, Vassilis Amiridis, Eleni Marinou, Emmanouil Proestakis, Zak Kipling, Angela Benedetti, Mark Parrington, Samuel Rémy, Mark Vaughan. Aircraft engine dust ingestion at global airports. Natural Hazards and Earth System Sciences, 2024; 24 (7): 2263 DOI: 10.5194/nhess-24-2263-2024
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