Previsão do declínio cognitivo no Alzheimer inicial: novos insights de um estudo revolucionário

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Por Alex Morales
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Cérebro com funções cognitivas em declínio e ícones de tratamento

São PauloUm estudo recente examinou a rapidez com que pessoas com Alzheimer precoce perdem suas capacidades mentais. Publicado online na revista Neurology em 10 de julho de 2024, o estudo também investigou se novos medicamentos podem desacelerar esse declínio.

Equipe de Pesquisa Ajuda a Prever Declínio Cognitivo

A equipe de pesquisa, liderada pelo Dr. Pieter J. van der Veere do Centro Médico da Universidade de Amsterdã, desenvolveu modelos para prever o declínio cognitivo. Participaram 961 indivíduos com média de 65 anos de idade. A distribuição foi a seguinte:

  • 310 apresentavam comprometimento cognitivo leve.
  • 651 tinham demência leve.
  • Todos possuíam placas de beta-amiloide no cérebro.

Estas placas são uma característica principal do Alzheimer e são o foco de novos medicamentos. Os testes cognitivos tinham uma pontuação que variava de zero a 30 pontos. Pontuações de 25 para cima indicavam ausência de demência, enquanto pontuações abaixo de 10 indicavam demência severa.

Ao longo de cinco anos, pessoas com comprometimento cognitivo leve viram suas pontuações caírem de 26,4 para 21,0. Aqueles com demência leve sofreram uma queda ainda maior, de 22,4 para 7,8. Os modelos foram relativamente precisos: para metade das pessoas com comprometimento cognitivo leve, a pontuação real divergia em menos de dois pontos da pontuação prevista. Já para os que tinham demência leve, a diferença foi inferior a três pontos.

Os pesquisadores fizeram previsões para diferentes situações. Por exemplo, uma pessoa com comprometimento cognitivo leve e uma pontuação de 28 desenvolveria demência moderada (uma pontuação de 20) em seis anos. Se novos medicamentos diminuíssem essa queda em 30%, levaria 8,6 anos para alcançar esse estágio. Da mesma forma, um paciente com demência leve e uma pontuação de 21 atingiria uma pontuação de 15 em 2,3 anos. Se a progressão da doença fosse retardada em 30%, levaria 3,3 anos para chegar a esse ponto.

Dr. van der Veere destacou que pessoas com problemas cognitivos e seus cuidadores desejam saber por quanto tempo ainda poderão realizar tarefas diárias, como dirigir. Embora esses modelos ainda não ofereçam respostas exatas, eles podem ajudar os médicos a fornecerem uma melhor previsão do que esperar.

Uma limitação do estudo foi que os testes cognitivos não foram sempre aplicados no mesmo horário do dia, o que pode ter influenciado nos resultados devido ao cansaço nas provas realizadas mais tarde. Essa questão precisa ser aprimorada para obter previsões mais precisas.

O estudo contou com o apoio da Eisai, ZonMW e da Health~Holland, Top Sector Life Sciences & Health. Previsões mais precisas podem ajudar pessoas com Alzheimer a planejarem seu futuro de maneira mais eficaz.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1212/WNL.0000000000209605

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Pieter J. van der Veere, Jeroen Hoogland, Leonie N.C. Visser, Argonde C. Van Harten, Hanneke F. Rhodius-Meester, Sietske A.M. Sikkes, Vikram Venkatraghavan, Frederik Barkhof, Charlotte E. Teunissen, Elsmarieke van de Giessen, Johannes Berkhof, Wiesje M. Van Der Flier. Predicting Cognitive Decline in Amyloid-Positive Patients With Mild Cognitive Impairment or Mild Dementia. Neurology, 2024; 103 (3) DOI: 10.1212/WNL.0000000000209605
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