Ecos da fala: como a vida moderna transforma nossas conversas diárias

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Por João Silva
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Ondas sonoras convergentes em um ambiente urbano movimentado.

São PauloAtualmente, as pessoas, especialmente em empresas e universidades, estão começando a falar de maneira mais parecida umas com as outras. Uma nova pesquisa da Universidade de Lancaster revela que os trabalhadores nesses ambientes estão imitando o modo de falar dos colegas para serem mais inclusivos socialmente.

As pessoas frequentemente copiam umas às outras em conversas, usando os mesmos gestos, sotaques e expressões faciais. Isso é conhecido como ressonância. O Dr. Vittorio Tantucci afirma que a ressonância aumentou entre pessoas em posições sociais elevadas, como líderes empresariais, médicos, professores universitários e políticos. Um estudo de 20 anos descobriu que esses grupos agora se imitam mais do que no passado.

O estudo revelou várias descobertas importantes:

  • Pessoas nos setores corporativo e educacional utilizam uma linguagem semelhante para promover a inclusão.
  • A ressonância em conversas demonstra que um interlocutor valoriza o que o outro disse.
  • Mudanças na comunicação empresarial e na educação impactaram os estilos de interação.
  • Outros ambientes de trabalho não mostraram o mesmo aumento na ressonância.

Dr. Tantucci acredita que a mudança pode ter sido influenciada por novas ideias como Responsabilidade Social Corporativa (RSC) e Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). Esses conceitos ganharam popularidade nos anos 2000. Eles impactaram tanto os valores quanto as interações entre as pessoas. Locais de trabalho sem essas ideias não mostraram o mesmo aumento de conexão.

O estudo analisou a interação entre britânicos de 1994 a 2014. A ressonância é um indicador de inclusão social, significando que o que uma pessoa diz tem importância para outra. Isso faz com que as pessoas se sintam compreendidas. Quando as pessoas se conectam mais umas com as outras, elas se tornam mais engajadas e demonstram que valorizam a conversa.

O estudo revela que os britânicos estão se comunicando de maneiras mais envolventes. Entretanto, a falta de conexão nas conversas é frequentemente observada na fala associada ao autismo.

Pessoas de classes sociais mais baixas e regiões que não estão familiarizadas com a responsabilidade social corporativa (RSC) e com conceitos de educação superior não se conectaram tanto. As pessoas tendem a se comunicar mais quando usam uma linguagem familiar, tornando a conversa mais interessante e envolvente.

Hoje em dia, pessoas das classes sociais mais altas, especialmente aquelas em empregos corporativos e na educação superior, esforçam-se mais para se conectar e demonstrar interesse nas conversas. Isso mostra uma mudança significativa na forma como as classes sociais se comunicam na Grã-Bretanha.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/applin/amae040

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Vittorio Tantucci, Aiqing Wang. British Conversation is Changing: Resonance and Engagement in the BNC1994 and the BNC2014. Applied Linguistics, 2024; DOI: 10.1093/applin/amae040
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