Atraso de Putin em reagir à ofensiva de Kursk preocupa elite

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Por João Silva
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Naufrágio do submarino Kursk debaixo d'água com a bandeira russa.

São PauloA lenta reação do presidente Vladimir Putin ao recente ataque ucraniano na região de Kursk revela uma falta de apoio entre os líderes russos. Este evento significativo evidencia a crescente instabilidade política na Rússia.

Pontos Principais:

  • Forças ucranianas realizaram uma ofensiva bem-sucedida em Kursk em 6 de agosto.
  • A reação tardia do presidente Putin levantou preocupações entre a elite russa.
  • A mídia estatal está retratando o ataque como uma questão humanitária.
  • Acusações de corrupção e expurgos estão abalando o Ministério da Defesa.

Reação de Putin ao Ataque na Região de Kursk: Lenta, Mas Calculada

A reação tardia de Putin ao ataque na região de Kursk revela um padrão comum em sua liderança. Seja no afundamento do submarino Kursk em 2000 ou na revolta do Grupo Wagner em 2023, ele é frequentemente visto como lento para agir, embora deliberado em suas decisões. No entanto, essa situação parece mais grave. O ataque em Kursk é o maior desde a Segunda Guerra Mundial, e as respostas iniciais foram fracas.

Conflitos internos no governo russo estão complicando ainda mais a situação. O Kremlin iniciou uma ampla purga de funcionários no Ministério da Defesa, muitos dos quais são acusados de corrupção. Oficiais de patente inferior, como o Tenente-Coronel Konstantin Frolov, estão sendo presos por acusações de fraude, mostrando uma repressão mais ampla. Essas ações indicam um nível de desordem que pode enfraquecer o controle de Putin.

Os eventos do Kursk são retratados pela mídia estatal principalmente como um desastre humanitário, e não como um grande problema militar. Isso só aumenta a confusão. Contando a história dessa forma, o Kremlin tenta minimizar a gravidade do ataque. No entanto, essa estratégia pode não funcionar com as elites russas que apoiam Putin há muitos anos.

Esses indivíduos poderosos sentem-se infelizes, mas obedecem às regras. Suas vidas pioraram devido às sanções ocidentais e às repressões internas, agravadas pela guerra na Ucrânia. Embora alguns tenham lucrado com o conflito, sua capacidade de viajar e acessar itens de luxo foi limitada.

Ekaterina Schulmann, especialista do Carnegie Russia Eurasia Center, afirma que altos funcionários estão agora questionando se Putin ainda é útil ou se se tornou um problema. O apoio deles é crucial para manter a estabilidade interna do país, e qualquer mudança significativa em sua lealdade pode provocar grandes consequências políticas. Esse grupo está tentando encontrar um equilíbrio, insatisfeito com a situação atual, mas também preocupado com quem poderia surgir em uma eventual disputa pelo poder.

Nigel Gould-Davies, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, afirma que a elite continua apoiando Putin por medo de um futuro político incerto. No entanto, a paciência deles se desgasta a cada erro e atraso.

A resposta demorada de Putin à ofensiva de Kursk revela não apenas as fragilidades militares da Rússia, mas também coloca em risco o apoio que ele tem desfrutado por tanto tempo. Embora ele já tenha superado problemas anteriormente, essa situação parece mais crítica, expondo falhas tanto no âmbito militar quanto na política e na sociedade.

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