Reduzindo custos e carbono com a produção local de alimentos no Ártico Canadense

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Culturas de fazendas locais e estufa à luz do sol.

São PauloFocar na produção local de alimentos pode economizar dinheiro e reduzir as emissões de carbono. Um estudo na região Inuvialuit, no Ártico Canadense, comprova esses benefícios. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e pela Inuvialuit Regional Corporation.

Principais Descobertas do Estudo:

  • Economia anual superior a 3,1 milhões de dólares canadenses.
  • Redução de aproximadamente metade das emissões de carbono com o uso de alimentos colhidos localmente.
  • O custo da colheita local é de cerca de 295 mil dólares canadenses em gasolina.
  • A colheita local gera entre 317 e 496 toneladas de emissões, muito menos do que as importações.

O estudo ressalta a necessidade de políticas contra as mudanças climáticas que apoiem sistemas alimentares locais. Enfraquecer esses sistemas pode aumentar as emissões de gases e prejudicar a segurança alimentar. Alimentos locais são fundamentais para a saúde e nutrição dos povos indígenas em todo o mundo. No entanto, economias locais informais muitas vezes não são incluídas em estatísticas oficiais, o que significa que podem ser ignoradas nas políticas climáticas.

Em regiões como o Ártico Norte-Americano, as economias locais são sustentadas por atividades como:

  • Caça
  • Pesca
  • Coleta
  • Armadilhagem

No Ártico, as pessoas costumam trabalhar em empregos tradicionais enquanto enfrentam muitas mudanças na sociedade, na economia e no clima. No Canadá, um novo imposto sobre o carbono está tornando o combustível mais caro para a colheita de alimentos locais. É crucial compreender como esse imposto está afetando o fornecimento de alimentos na região. Pesquisadores têm estudado a importância da produção de alimentos locais tanto para a economia quanto para o meio ambiente.

Eles utilizaram dados de um estudo local realizado em 2018 para determinar a quantidade de alimentos coletados por caçadores Inuit em um ano. O objetivo era verificar o custo de substituição desses alimentos por itens como carne de boi, porco, frango ou peixe de criadouro. Também calcularam as emissões resultantes da produção e transporte dessas substituições, usando dados agrícolas e de transporte. Com base em informações de um estudo da comunidade Inuit em Ulukhaktok, estimaram a quantidade de gasolina utilizada por quilograma de alimento coletado.

Pesquisas indicam que trocar alimentos locais por importados custaria mais de 3,1 milhões de dólares canadenses por ano. Além disso, essa mudança geraria mais de 1.000 toneladas de emissões de CO2 anualmente. Em contrapartida, o uso de gasolina para a colheita de alimentos locais é significativamente mais barato e possui uma pegada de carbono menor.

A pesquisadora principal Elspeth Ready afirma que obter alimentos localmente, mesmo utilizando combustíveis fósseis, é mais barato e gera menos poluição do que a produção de alimentos em larga escala. Além disso, a colheita de alimentos locais depende menos de cadeias de suprimentos instáveis.

Os resultados mostram que políticas locais são essenciais para reduzir emissões globais. Regras sobre mudanças climáticas que desconsideram a produção local de alimentos podem falhar e prejudicar comunidades distantes. Este estudo facilita pesquisas semelhantes em outras regiões. O modelo utilizado pode ajudar outras localidades a perceberem os benefícios dos sistemas alimentares locais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2317686121

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Elspeth Ready, Cody T. Ross, Bret Beheim, Jenn Parrott. Indigenous food production in a carbon economy. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2024; 121 (32) DOI: 10.1073/pnas.2317686121
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