Descoberta revolucionária: mecanismos celulares comuns em grandes demências revelados em estudo pioneiro

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Por João Silva
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Células microscópicas destacando marcadores comuns em cores brilhantes.

São PauloCientistas descobriram marcadores moleculares comuns em vários tipos de demência, mudando nossa compreensão sobre essas doenças. Esta descoberta vem de um estudo liderado pela UCLA que analisou mais de um milhão de células usando análise genômica de célula única para identificar esses marcadores. A pesquisa, publicada na revista Cell, inclui Alzheimer, demência frontotemporal e paralisia supranuclear progressiva.

Principais descobertas deste estudo incluem:

  • Identificação de marcadores moleculares compartilhados em Alzheimer, demência frontotemporal e paralisia supranuclear progressiva
  • Descoberta de marcadores específicos da doença, únicos para cada tipo de demência
  • Ao contrário das crenças anteriores, até mesmo o córtex visual primário foi afetado nas três demências

Este estudo identifica vários tipos de células que apresentam mudanças semelhantes em diferentes formas de demência e outras que alteram de maneira singular em doenças específicas. Os resultados apontam novos caminhos para tratamentos e ressaltam a importância de estudar diversos distúrbios em conjunto para compreender melhor o funcionamento das doenças neurodegenerativas. Ao examinar diferentes regiões do cérebro, os pesquisadores descobriram mais sobre como os riscos genéticos e os processos específicos de cada doença se manifestam no tecido cerebral.

O estudo identificou quatro genes que tornam certos neurônios mais vulneráveis em três diferentes transtornos. Isso sugere a existência de vias comuns que novos tratamentos podem direcionar. Os pesquisadores observaram que os mecanismos de sobrevivência celular funcionam de maneiras distintas em cada tipo de demência. Essa descoberta é crucial por indicar o potencial de desenvolver terapias que fortaleçam esses mecanismos de sobrevivência celular.

O córtex visual primário, anteriormente considerado imune aos efeitos da demência, apresenta alterações em todas as três formas da doença. Em especial, os astrócitos na PSP demonstram mudanças peculiares. Essas descobertas podem ajudar a esclarecer por que os sintomas e a progressão variam tanto entre os diferentes tipos de demência.

Este estudo detalhado revelou que mudanças relacionadas a doenças específicas, embora menos numerosas, são majoritariamente herdadas. Essas descobertas podem ajudar a entender por que certos genes aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver um tipo de demência em vez de outro. A pesquisa abre caminho para investigar como algumas pessoas são mais resilientes ou vulneráveis a nível celular, o que pode levar a tratamentos mais personalizados.

Este estudo vai além de se concentrar em apenas um distúrbio ao examinar a neurodegeneração como um todo. A grande quantidade de dados coletados nesta pesquisa pode acelerar a criação de novos tratamentos, trazendo esperança para doenças que atualmente possuem poucas opções terapêuticas. Conforme os pesquisadores verificam esses resultados, será interessante ver como essas novas informações irão moldar os planos de tratamento futuros para doenças neurodegenerativas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cell.2024.08.019

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Jessica E. Rexach, Yuyan Cheng, Lawrence Chen, Damon Polioudakis, Li-Chun Lin, Vivianne Mitri, Andrew Elkins, Xia Han, Mai Yamakawa, Anna Yin, Daniela Calini, Riki Kawaguchi, Jing Ou, Jerry Huang, Christopher Williams, John Robinson, Stephanie E. Gaus, Salvatore Spina, Edward B. Lee, Lea T. Grinberg, Harry Vinters, John Q. Trojanowski, William W. Seeley, Dheeraj Malhotra, Daniel H. Geschwind. Cross-disorder and disease-specific pathways in dementia revealed by single-cell genomics. Cell, 2024; DOI: 10.1016/j.cell.2024.08.019
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