Pesquisadores com equipes maiores enfrentam mais dificuldades na carreira, revela estudo

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Por João Silva
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Cientista isolado com grande equipe no fundo

São PauloNovas pesquisas revelam que fazer parte de equipes maiores nas ciências acadêmicas prejudica as oportunidades de carreira para jovens pesquisadores. O estudo, liderado por Donna Ginther, professora de economia da Universidade de Kansas, e seus colegas da Universidade de Melbourne, identificou um problema crucial: à medida que as equipes de pesquisa crescem, os cientistas individualmente recebem menos reconhecimento, dificultando a obtenção de empregos acadêmicos.

Pontos principais da pesquisa:

  • Equipes maiores resultam em menos reconhecimento individual.
  • As perspectivas de carreira diminuem com o aumento do tamanho da equipe.
  • Financiamento e aquisição de empregos sofrem mais atrasos.
  • Mudanças nas políticas poderiam favorecer equipes menores para resultados mais eficazes.

No início dos anos 2000, o tamanho das equipes começou a aumentar porque os financiamentos de grandes instituições como o Instituto Nacional de Saúde quase dobraram. Esse crescimento no financiamento resultou em mais artigos de pesquisa com múltiplos autores, especialmente nas ciências. Embora trabalhar em equipe possa gerar novas ideias e uma pesquisa mais aprofundada, também dificulta a identificação das contribuições individuais, algo essencial para o avanço na carreira acadêmica.

Pode ser necessário revisar os métodos de financiamento e avaliação acadêmica. Equipes de pesquisa menores podem facilitar o reconhecimento individual. Isso pode ajudar no desenvolvimento de carreiras e melhorar a qualidade da pesquisa científica, promovendo um trabalho mais focado e colaborativo.

Esse fenômeno pode impactar também áreas fora da academia, como o meio militar, onde o trabalho em equipe é fundamental. Compreender como o tamanho de uma equipe influencia o crescimento profissional pode levar a uma melhor gestão de pessoal. Se as pessoas progridem mais rapidamente em equipes menores, isso pode alterar a organização das equipes em diversos campos.

Ginther afirma que está se tornando cada vez mais difícil conseguir um emprego acadêmico e financiamento para pesquisa, como a bolsa R01. Um dos motivos é a dificuldade em identificar a contribuição individual de cada pessoa em grandes equipes.

Pesquisas indicam que equipes de pesquisa menores podem ser mais eficazes do que as maiores. Elas têm o potencial de gerar melhores resultados científicos e contribuir mais para o desenvolvimento de novos cientistas. Essa descoberta é relevante não só para universidades, mas também para outras áreas. Ela destaca como o tamanho e foco das equipes podem influenciar o crescimento profissional.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41587-024-02351-8

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Mabel Andalón, Catherine de Fontenay, Donna K. Ginther, Kwanghui Lim. The rise of teamwork and career prospects in academic science. Nature Biotechnology, 2024; 42 (8): 1314 DOI: 10.1038/s41587-024-02351-8
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