Galáxias anãs ocultas: descobertas reescrevem entendimento sobre a Via Láctea

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Por Ana Silva
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Céu cheio de estrelas com pequenas galáxias satélites tênues.

São PauloAstrônomos há muito enfrentam dificuldades para entender por que a Via Láctea tem menos galáxias pequenas próximas do que o previsto pelas teorias de matéria escura. Um estudo recente de uma equipe internacional, utilizando dados do Programa Estratégico Hyper Suprime-Cam Subaru, descobriu duas novas galáxias satélites. Pesquisadores do Japão, Taiwan e Estados Unidos relataram essas descobertas.

A Via Láctea possui pequenas galáxias em sua órbita, conhecidas como galáxias satélites. Estudar essas galáxias ajuda os cientistas a entender a matéria escura e o desenvolvimento das galáxias. No entanto, os cientistas ainda não sabem exatamente quantas galáxias satélites existem.

Masahi Chiba, professor da Universidade de Tohoku, destaca a importância de saber quantas galáxias satélites orbitam a Via Láctea. Ele menciona que muitas galáxias anãs ainda devem estar não descobertas porque estão distantes e são difíceis de observar. O telescópio Subaru no Havaí é suficientemente potente para encontrá-las. A equipe de pesquisa já havia descoberto três novas galáxias anãs com esse telescópio.

Cientistas descobriram duas novas galáxias anãs, chamadas Virgo III e Sextans II, elevando o número total de galáxias satélites conhecidas para nove. Isso é muito menos do que as 220 previstas pelo modelo padrão de matéria escura. Os dados do HSC-SSP não cobrem toda a Via Láctea. Se as nove galáxias satélites descobertas estiverem distribuídas uniformemente pela galáxia, os pesquisadores estimam que poderia haver até 500 galáxias satélites.

Principais Descobertas da Pesquisa sobre Galáxias:

  • O telescópio Subaru demonstrou alta eficácia na descoberta de novas galáxias anãs.
  • Duas novas galáxias anãs, Virgo III e Sextans II, foram identificadas.
  • Até o momento, diferentes equipes de pesquisa localizaram um total de nove galáxias satélites.
  • Estima-se que possam existir até 500 galáxias satélites.

A mudança de achar que havia poucas galáxias satélites para agora pensar que há muitas é significativa. Isso indica que nossos modelos antigos das galáxias satélites da Via Láctea podem estar errados. Precisamos de imagens e estudos mais detalhados para descobrir quantas galáxias satélites realmente existem.

O Observatório Vera C. Rubin no Chile começará a operar no próximo ano. Ele possui um telescópio mais potente que permite observar uma porção maior do céu de uma vez. Chiba espera que este observatório ajude a descobrir muitas novas galáxias pequenas.

Esta descoberta vai além da simples contagem de galáxias. Pode alterar nossa compreensão sobre a matéria escura e a formação de galáxias. Se houver cerca de 500 galáxias satélites, os modelos atuais precisarão ser atualizados. Isso indica que as galáxias satélites talvez sejam mais importantes na formação de galáxias do que imaginávamos.

O crescente número de galáxias satélites leva-nos a questionar sobre sua origem. Será que elas eram galáxias maiores que se fragmentaram, ou se formaram isoladamente em diferentes regiões? Estudos futuros serão necessários para responder a essas perguntas.

A descoberta de novas galáxias satélites desafia nossos conhecimentos anteriores e destaca a necessidade de melhor tecnologia e pesquisa adicional. O Observatório Vera C. Rubin será crucial nos próximos passos para compreendermos a estrutura da nossa galáxia e o papel da matéria escura.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/pasj/psae044

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Daisuke Homma, Masashi Chiba, Yutaka Komiyama, Masayuki Tanaka, Sakurako Okamoto, Mikito Tanaka, Miho N Ishigaki, Kohei Hayashi, Nobuo Arimoto, Robert H Lupton, Michael A Strauss, Satoshi Miyazaki, Shiang-Yu Wang, Hitoshi Murayama. Final results of the search for new Milky Way satellites in the Hyper Suprime-Cam Subaru Strategic Program survey: Discovery of two more candidates. Publications of the Astronomical Society of Japan, 2024; DOI: 10.1093/pasj/psae044
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