Por que a poluição por petróleo persiste na água mesmo após limpeza

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
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Manchas de óleo flutuam na água sob um céu limpo.

São PauloGotas de óleo de vazamentos submarinos são mais difíceis de limpar do que se imaginava. Pesquisas da Universidade de Illinois Chicago (UIC) descobriram que muitas gotículas de óleo permanecem na água. Isso significa que limpezas após vazamentos de óleo, como o desastre da Deepwater Horizon, podem não remover tanto óleo quanto acreditávamos.

Principais Descobertas:

  1. Mecânica das Gotas de Óleo: Quando o óleo atinge a superfície da água, ele não forma apenas uma mancha. Ele se divide em gotas menores que permanecem submersas.
  2. Poluição Persistente: Essas gotículas podem permanecer indefinidamente debaixo d'água, tornando a limpeza menos eficaz.
  3. Aumento da Viscosidade: Aumentar a viscosidade da água pode ajudar a manter as gotas de óleo intactas, facilitando a remoção.

Nova pesquisa revela que o óleo nem sempre permanece na superfície da água. Cientistas da UIC, liderados por Sushant Anand, descobriram que, ao entrar em contato com a água, o óleo afunda parcialmente. Uma fina camada de água se forma sobre a parte que fica acima, que então se rompe e se espalha. Enquanto isso, a parte do óleo que afunda se divide em pequenas gotas, continuando a se fragmentar até haver muitas minúsculas gotículas submersas.

Esta descoberta apresenta um desafio para a limpeza do meio ambiente. A maior parte dos esforços de limpeza foca no óleo que fica na superfície da água e negligencia o óleo que permanece submerso. Anand afirma que entender como o óleo se espalha na água é essencial para aprimorar os métodos de limpeza. Gotículas menores de óleo são mais difíceis de remover e causam sérios problemas ambientais.

Pesquisadores recomendam adicionar uma substância biodegradável e solúvel em água para tornar a água mais espessa em locais de derramamento, facilitando a limpeza. Este método é eficaz não apenas em derramamentos no oceano, mas também em vazamentos de oleodutos sob lagos e rios. Um derramamento de óleo de um navio pode empurrar o óleo para debaixo d'água antes de ele subir e se dissipar da mesma forma.

A pesquisa de Anand destaca a importância de considerar pequenas gotículas ao estimar o tamanho e a disseminação de vazamentos. Modelos existentes podem não medir com precisão a quantidade de óleo submerso. Mais estudos são necessários para compreender como essas micropartículas afetam a vida marinha e os ecossistemas.

Aprender sobre essa nova forma de poluição por petróleo nos ajuda a encontrar melhores métodos de limpeza. Isso também incentiva as empresas petrolíferas a aprimorarem seus modelos de previsão. Essa descoberta muda nossa abordagem na limpeza de derramamentos de óleo e como percebemos seus efeitos a longo prazo no meio ambiente.

O estudo da UIC, publicado na Physical Review Letters, apresenta o trabalho de Varun Kulkarni, Venkata Yashasvi Lolla e Suhas Tamvada do Anand Research Group. Esta pesquisa oferece novos métodos para lidar com a poluição por óleo no mar e destaca a necessidade de estratégias mais eficazes de limpeza ambiental.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1103/PhysRevLett.133.034004

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Varun Kulkarni, Venkata Yashasvi Lolla, Suhas Tamvada, Sushant Anand. Bursting of Underwater Oil Drops. Physical Review Letters, 2024; 133 (3) DOI: 10.1103/PhysRevLett.133.034004
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