Novo estudo revela impacto ambiental de viagens longas e sugere soluções práticas para reduzir emissões

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
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Avião emitindo fumaça preta espessa sobre o globo.

São PauloPesquisas da Universidade de Leeds mostram que as viagens de longa distância têm uma grande pegada de carbono. Mesmo sendo raras, essas viagens geram uma quantidade significativa de emissões de carbono.

Principais Descobertas do Estudo:

  • Viagens com mais de 80 km representam 70% das emissões de carbono relacionadas ao transporte no Reino Unido.
  • Viagens internacionais correspondem a apenas 0,4% do total de viagens, mas são responsáveis por 55% das emissões.
  • O número de viagens domésticas, tanto de curta quanto longa distância, de carro diminuiu ligeiramente nos últimos 25 anos.
  • O transporte aéreo internacional aumentou significativamente, principalmente para lazer e visitas a amigos e familiares.

Viagens Longas Contribuem Mais para a Mudança Climática, Aponta Estudo

Um estudo publicado na revista Nature Energy sugere que a redução das emissões em viagens de longa distância pode ser mais eficaz do que concentrar-se em trajetos locais e de ida e volta ao trabalho. A pesquisa, liderada pelo Dr. Zia Wadud do Instituto de Estudos de Transporte da Universidade, destaca o impacto significativo dessas viagens na mudança climática. Embora representem uma pequena porcentagem do total de deslocamentos, são responsáveis por uma grande parte das distâncias percorridas e das emissões produzidas.

A equipe de pesquisa desenvolveu uma nova métrica chamada sensibilidade à redução de emissões. Essa métrica identifica quais mudanças nas viagens podem diminuir mais as emissões de carbono, visando afetar o menor número possível de pessoas ou deslocamentos.

Um estudo revelou que trocar o carro pela caminhada ou bicicleta em viagens de até oito milhas pode reduzir as emissões de carbono em 9,3%. No entanto, para alcançar essa redução, 55% de todas as viagens teriam que adotar essa mudança. Entre as intervenções analisadas, essa foi a que apresentou o menor impacto na diminuição das emissões, com uma taxa de 0,17.

Mover voos abaixo de 1.000 milhas para trens reduziria as emissões em 5,6%. Esta mudança afetaria apenas 0,17% das viagens, resultando em um valor de sensibilidade de 33,2. Restringir todos a uma viagem de ida e volta ao exterior por ano teria o maior valor de sensibilidade, 158,3, pois impactaria muito poucas viagens.

Os pesquisadores afirmam que suas ideias não são recomendações políticas reais. Eles querem que pensemos mais sobre como nossas viagens de longa distância impactam o meio ambiente. O Dr. Muhammad Adeel, do Centro de Transporte e Sociedade da Universidade do Oeste da Inglaterra, destacou que os voos frequentemente são omitidos dos dados nacionais de emissões. Essa exclusão significa que não estamos abordando uma parte significativa do problema.

O objetivo do estudo é influenciar os formuladores de políticas e solicita uma revisão das ações para reduzir as emissões de carbono provenientes de viagens. A pesquisa utilizou dados da Pesquisa Nacional de Transporte do Departamento de Transportes e da Pesquisa Internacional de Passageiros do Escritório Nacional de Estatísticas.

Dr. Wadud destacou que devemos dar prioridade a viagens mais longas, especialmente voos, tanto nas políticas públicas quanto em nossas escolhas pessoais. Agindo assim, podemos reduzir significativamente as emissões. A pesquisa demonstra como a mudança de nossos hábitos de viagem pode ser extremamente vantajosa.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41560-024-01561-3

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Zia Wadud, Muhammad Adeel, Jillian Anable. Understanding the large role of long-distance travel in carbon emissions from passenger travel. Nature Energy, 2024; DOI: 10.1038/s41560-024-01561-3
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