Grandes incêndios florestais alteram o clima e intensificam novos focos de fogo, diz estudo

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Por Chi Silva
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Um grande incêndio florestal em uma floresta seca.

São PauloPesquisa da UC Riverside revela que grandes incêndios florestais na Califórnia deixam os dias mais quentes e secos, o que pode aumentar o risco de novos incêndios. Muitos estudos analisam como a mudança climática influencia os incêndios florestais, mas este foca em como os grandes incêndios afetam o clima.

James Gomez, doutorando na UCR, queria entender como a fumaça de incêndios florestais impacta o clima. Ele analisou dados das temporadas de incêndios dos últimos 20 anos, focando em dias que foram mais frios e úmidos do que o normal, para evitar os efeitos típicos do clima de incêndio.

Principais Revelações do Estudo:

  • Grandes incêndios tornam os dias mais quentes e secos.
  • Em média, as temperaturas foram 1 grau Celsius mais altas por dia durante os incêndios.
  • A fuligem no ar retém calor, reduzindo a umidade e a formação de nuvens.
  • O efeito é mais intenso no norte da Califórnia devido à vegetação densa.

Um estudo revelou que partículas de fuligem provenientes de incêndios aprisionam a luz do sol, resultando em aquecimento adicional. Esse calor extra reduz a umidade do ar, dificultando a formação de nuvens. As nuvens desempenham um papel fundamental no resfriamento do planeta. Sem elas, a temperatura global aumenta. A fuligem, também conhecida como carbono negro, é uma substância escura que absorve mais luz solar do que partículas mais claras.

Existem dois tipos de aerossóis: refletivos e absorventes. Aerossóis refletivos, como os provenientes da queima de combustíveis fósseis, resfriam o ambiente ao desviar a luz solar. Já os aerossóis absorventes, como o carbono negro de incêndios, retêm o calor na atmosfera. Esses efeitos distintos têm resultados significativos para o clima e o tempo.

Pesquisas recentes da UCR indicam que reduzir os aerossóis de sulfato, que refletem a luz solar, pode agravar as mudanças climáticas. Isso pode resultar em mais incêndios florestais, especialmente em florestas do hemisfério norte. Os aerossóis de sulfato também tornam as nuvens mais reflexivas e frias. Limpar essas partículas sem reduzir também os gases de efeito estufa, como CO2 e metano, pode ter efeitos negativos.

O estudo de Gomez revelou que o carbono negro, um grande poluente emitido por incêndios florestais, não contribui para a formação de nuvens. Pelo contrário, ele aumenta diretamente as temperaturas e impede a formação de nuvens e chuvas ao repelir a umidade.

O estudo revelou que a redução de emissões tem um impacto menor no clima. Menos aerossóis significam uma liberação mais lenta, resultando em menos aquecimento.

Gomez afirma que reduzir as emissões de CO2 e gerir melhor as terras pode ajudar. A Califórnia possui muita vegetação propensa a pegar fogo. Permitir que mais pequenos incêndios ocorram pode diminuir a quantidade de vegetação disponível para alimentar incêndios maiores.

Ao melhorar o manejo da terra e utilizar queimadas controladas, podemos diminuir a quantidade de incêndios de grande porte. Essas medidas são ações que podemos implementar para ajudar a resolver o problema.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.5194/acp-24-6937-2024

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

James L. Gomez, Robert J. Allen, King-Fai Li. California wildfire smoke contributes to a positive atmospheric temperature anomaly over the western United States. Atmospheric Chemistry and Physics, 2024; 24 (11): 6937 DOI: 10.5194/acp-24-6937-2024
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