Novo estudo: receptor Co-STAR mostra potencial no combate ao câncer em testes laboratoriais

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Por Alex Morales
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Visão microscópica das células cancerígenas sendo alvo do Co-STAR.

São PauloCientistas do Centro de Câncer Kimmel da Universidade Johns Hopkins desenvolveram uma nova célula por meio de engenharia genética, batizada de Co-STAR (Receptor de T-células Sintético Co-estimulador e Receptor de Antígeno). Este novo tipo de célula mostra-se promissor no tratamento de câncer. Os cientistas criaram essas células combinando partes genéticas de quatro tipos celulares diferentes.

Os TCRs provêm dos linfócitos T, os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B, a MyD88 está presente nos monócitos, e o CD40 é encontrado nas células dendríticas.

Células Co-STAR conseguiram identificar e destruir células cancerígenas em testes de laboratório e em camundongos. Os resultados foram publicados na revista Science Translational Medicine.

Dr. Brian Mog, autor principal, explicou que as terapias atuais com células T enfrentam problemas. As células TCR e CAR tradicionais podem desencadear uma resposta imunológica, mas podem não ser eficazes contra alguns tipos de câncer. O Co-STAR busca resolver essas questões ao mirar marcadores específicos chamados antígenos peptídeo-HLA.

O estudo focou em um peptídeo com a mutação R175H no gene p53, frequentemente encontrada em cânceres humanos. Essa mutação resulta em um número reduzido de antígenos na superfície das células cancerosas. Células CAR T convencionais não conseguem detectar essa pequena quantidade de antígenos. Já as células Co-STAR combinam características de receptores naturais de células T e células CAR T, além de contarem com os potenciadores de sinalização MyD88 e CD40.

A equipe trabalhou arduamente para melhorar as células Co-STAR. Eles testaram essas células em células cancerígenas em tubos de ensaio e em camundongos. Os resultados foram extremamente impressionantes. As células Co-STAR continuaram a destruir células cancerígenas humanas em tubos de ensaio. Em camundongos, essas células promoveram um forte e duradouro crescimento de células T e frequentemente resultaram na regressão ou cura do câncer.

Células Co-STAR: uma nova esperança no combate ao câncer, mas ainda com desafios a superar

Os linfócitos T tradicionais e as células CAR-T não conseguiram eliminar completamente as células cancerígenas em testes laboratoriais e só controlaram os tumores por um curto período em camundongos, com os cânceres eventualmente retornando. O Dr. Bert Vogelstein, um pesquisador sênior, explicou que as células Co-STAR combinam diferentes características de células imunológicas e conseguiram destruir com sucesso o câncer em camundongos. No entanto, ele advertiu que as células Co-STAR resolvem apenas alguns dos problemas relacionados aos tratamentos com base em células T.

Estou otimista, mas cauteloso com essa notícia. Os Co-STARs funcionam bem em experimentos de laboratório, o que é um bom sinal, mas precisamos planejar os próximos passos. Os resultados são impressionantes, mostrando sucesso em modelos de camundongos com uma abordagem inovadora. No entanto, ainda precisamos de ensaios clínicos em humanos para garantir sua eficácia e segurança.

O potencial aqui é enorme. Os Co-STARs podem fazer uma grande diferença ao impulsionar a resposta imunológica contra o câncer. Esse avanço pode levar a novos tratamentos contra o câncer e resolver problemas com as terapias atuais. No entanto, devemos lembrar que o que funciona em ratos não necessariamente funciona em humanos.

Células Co-STAR mostram potencial na pesquisa contra o câncer e podem revolucionar o tratamento da doença. Cientistas precisam aprimorar a tecnologia e comprovar sua eficácia em ensaios clínicos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/scitranslmed.adg7123

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Brian J. Mog, Nikita Marcou, Sarah R. DiNapoli, Alexander H. Pearlman, Tushar D. Nichakawade, Michael S. Hwang, Jacqueline Douglass, Emily Han-Chung Hsiue, Stephanie Glavaris, Katharine M. Wright, Maximilian F. Konig, Suman Paul, Nicolas Wyhs, Jiaxin Ge, Michelle S. Miller, P. Azurmendi, Evangeline Watson, Drew M. Pardoll, Sandra B. Gabelli, Chetan Bettegowda, Nickolas Papadopoulos, Kenneth W. Kinzler, Bert Vogelstein, Shibin Zhou. Preclinical studies show that Co-STARs combine the advantages of chimeric antigen and T cell receptors for the treatment of tumors with low antigen densities. Science Translational Medicine, 2024; 16 (755) DOI: 10.1126/scitranslmed.adg7123
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