Novo estudo: práticas recomendadas aceleram tratamento de AVC em hospitais

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Por Chi Silva
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Procedimentos simplificados no hospital melhoram a eficiência do tratamento de AVC.

São PauloUm estudo da Universidade da Virgínia Ocidental revelou que hospitais podem tratar acidentes vasculares cerebrais mais rapidamente seguindo as diretrizes da Associação Americana do Coração e da Associação Americana de AVC. Essas diretrizes são facilmente compreendidas e utilizadas por equipes médicas temporárias.

Quando um paciente com AVC chega ao pronto-socorro, é essencial que diferentes equipes hospitalares atuem de forma rápida e coordenada. Essas equipes incluem:

  • Socorristas
  • Neurologistas
  • Farmacêuticos
  • Médicos
  • Enfermeiros
  • Radiologistas
  • Técnicos

As diretrizes da AHA e ASA enfatizam que tratar um derrame rapidamente é crucial. Derrames impedem que o sangue chegue ao cérebro, causando danos às células cerebrais rapidamente. O tratamento precoce pode salvar vidas e diminuir complicações futuras. As diretrizes recomendam o uso do Ativador Tecidual do Plasminogênio (TPA), um medicamento que dissolve coágulos. O TPA é mais eficaz se administrado dentro de 4,5 horas após o início dos sintomas.

Em 2010, a AHA e a ASA lançaram o Target: Stroke, um programa para padronizar o tratamento de AVC em todos os lugares. Esse programa reduziu o tempo médio de tratamento nos hospitais participantes de 79 minutos em 2009 para 51 minutos em 2017. No entanto, não ficou claro se a diminuição do tempo foi devido ao cumprimento das diretrizes pelos hospitais ou se eles simplesmente melhoraram com a prática.

Um estudo conduzido pelo professor associado da WVU, Bernardo Quiroga, e sua equipe, analisou dados de mais de 8.000 pacientes com AVC tratados em um grande hospital entre 2009 e 2017, conforme publicado no Journal of Operations Management.

Os cientistas descobriram que:

Aprender na prática melhora os tempos de resposta, pois a cada dobrar dos alertas de derrame, o tempo da porta à agulha diminui em 10,2%. As melhores práticas ainda mais reduziram os tempos de tratamento.

Eles analisaram duas práticas essenciais:

O Modelo de Helsinque consiste em manter os pacientes com AVC na maca enquanto são levados para a sala de tomografia. A Administração Rápida de TPA exige que o farmacêutico esteja presente na sala durante a tomografia com a medicação em mãos.

Esses procedimentos reduziram significativamente o tempo entre a chegada ao hospital e o início do tratamento.

Brandon Lee, colaborador de Quiroga, destacou a importância do comitê consultivo de AVC do hospital. Esse comitê estabelece metas, avalia o desempenho das equipes e fornece feedback. Sem esse retorno, é difícil manter boas práticas, especialmente quando há troca frequente de integrantes.

O papel dos neurologistas foi investigado pelo estudo, revelando que eles podem liderar equipes e influenciar seu desempenho. Os resultados indicaram que as equipes se tornaram mais rápidas independentemente da experiência do neurologista. Isso demonstra que seguir as melhores práticas garante o mesmo padrão elevado de cuidado para todos os pacientes.

Equipes ad hoc são formadas rapidamente, mas ainda assim conseguem aprender e melhorar. Contudo, aprendem de forma mais lenta, pois compartilhar informações é difícil quando os membros da equipe não se conhecem bem. O uso de melhores práticas ajuda a resolver esse problema.

Pesquisas indicam que o uso de diretrizes estabelecidas acelera o tratamento de derrames. Seguir essas práticas recomendadas pode salvar vidas e reduzir incapacidades causadas pelos derrames. Diretrizes claras e a adesão rigorosa a elas são fundamentais, mesmo para equipes médicas temporárias.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/joom.1301

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Brandon Lee, Lawrence Fredendall, Aleda Roth, Shannon Sternberg, Bernardo F. Quiroga. An empirical analysis of process improvement from best practice adoption: A study of stroke care best practices. Journal of Operations Management, 2024; 70 (4): 630 DOI: 10.1002/joom.1301
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