Nova descoberta: fóssil de réptil marinho mais antigo do hemisfério sul encontrado na Nova Zelândia

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Por João Silva
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Fóssil de réptil marinho antigo em rocha do Hemisfério Sul

São PauloCientistas descobriram o fóssil do réptil marinho mais antigo do Hemisfério Sul na Ilha Sul da Nova Zelândia. O fóssil, uma vértebra de notossauro, foi encontrado durante uma pesquisa geológica em 1978, mas sua importância só foi compreendida recentemente.

Pontos Principais:

  • Fóssil de sauropterígio mais antigo do Hemisfério Sul
  • Ossos de réptil encontrados em leito de riacho no Monte Harper
  • Descoberta ilumina a história dos antigos répteis marinhos

Há 246 milhões de anos, a Nova Zelândia estava na costa polar sul de um vasto oceano chamado Panthalassa. Aproximadamente 252 milhões de anos atrás, ocorreu uma extinção em massa que afetou os ecossistemas marinhos. Após esse evento, os répteis começaram a ocupar os mares, marcando o início da Era dos Dinossauros.

Dr. Benjamin Kear, do Museu de Evolução da Universidade de Uppsala, liderou uma equipe de cientistas para estudar a vértebra e outros fósseis relacionados. A equipe contava com especialistas da Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Austrália e Timor-Leste. Eles descobriram que o nothosaur é mais de 40 milhões de anos mais antigo do que qualquer outro fóssil de sauropterigiano conhecido no Hemisfério Sul.

Nothossauros viviam em águas costeiras rasas próximas ao Polo Sul. Eles eram ancestrais primitivos dos plesiossauros. Podiam atingir até sete metros de comprimento e tinham quatro nadadeiras semelhantes a membros para nadar, cabeças achatadas e dentes afiados para capturar peixes e lulas.

Os fósseis de notossauros mais antigos, datados de cerca de 248 milhões de anos, foram encontrados em um antigo oceano chamado Panthalassa, que se estendia do nordeste ao noroeste. Cientistas acreditam que os notossauros ou viajaram ao longo das linhas costeiras do norte, nadaram através de mares interiores ou utilizaram as correntes oceânicas para se movimentarem por Panthalassa.

O fóssil de notossauro descoberto na Nova Zelândia desafia as teorias atuais, evidenciando que esses répteis se deslocaram tanto para o norte quanto para o sul próximo ao equador após a recuperação da vida marinha pós-extinção em massa.

No início da Era dos Dinossauros, a Terra passou por um aquecimento global extremo. Esse fenômeno permitiu que répteis marinhos vivessem no Polo Sul. As antigas regiões polares podem ter sido rotas de viagem para esses répteis, de forma semelhante à migração de alguns animais hoje em dia.

O fóssil do notoSauro da Nova Zelândia está preservado no GNS Science, na Nova Zelândia. Os cientistas acreditam que há mais fósseis de animais marinhos extintos a serem descobertos no Hemisfério Sul.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2024.03.035

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Benjamin P. Kear, Aubrey J. Roberts, George Young, Marianna Terezow, Daniel J. Mantle, Isaias Santos Barros, Jørn H. Hurum. Oldest southern sauropterygian reveals early marine reptile globalization. Current Biology, 2024; 34 (12): R562 DOI: 10.1016/j.cub.2024.03.035
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