Novo método de imagem revela defeito de proteínas na doença do neurônio motor
São PauloPesquisadores da Universidade de Birmingham desenvolveram um novo método de imagem que identifica problemas proteicos prejudiciais relacionados com a esclerose lateral amiotrófica (ELA). Em colaboração com a Universidade de Sheffield, eles realizaram descobertas importantes que podem levar a novos tratamentos.
A doença do neurônio motor (DNM), também conhecida como esclerose lateral amiotrófica (ELA), é uma condição grave na qual as células nervosas que controlam os músculos se deterioram, causando fraqueza muscular e atrofia. Os cientistas ainda não entendem completamente as causas da DNM e, até o momento, não existe cura. Uma nova técnica chamada espectrometria de massa ambiente nativa (EMAN) ajuda os pesquisadores a estudar proteínas em sua forma natural diretamente dos tecidos do cérebro e da medula espinhal.
Pesquisadores descobriram que uma proteína específica chamada SOD1 está sem um componente metálico. Essa proteína já havia sido associada à doença do neurônio motor (MND), mas é a primeira vez que cientistas usaram imagens moleculares detalhadas para mostrar que a SOD1 deficiente em metal se acumula em áreas afetadas do cérebro e da medula espinhal em camundongos. Esse achado aponta para uma ligação direta entre esses problemas proteicos e o desenvolvimento da MND.
Principais Descobertas:
- Desenvolvimento do NAMS permite examinar proteínas em tecidos nativos.
- Identificação de deficiência metálica na proteína SOD1.
- Acúmulo de SOD1 observado em regiões específicas do cérebro e da medula espinhal em modelos de camundongos com ELA.
Quando a SOD1 fica sem íons metálicos essenciais, ela pode se desdobrar incorretamente e formar aglomerados, prejudicando as funções celulares e possivelmente causando a morte dos neurônios motores. A equipe de Helen Cooper na School of Biosciences de Birmingham desenvolveu um novo método para estudar esses problemas proteicos de forma mais detalhada. Richard Mead e sua equipe no Sheffield Institute for Translational Neuroscience esperam que essa tecnologia ajude a entender melhor porque os neurônios motores morrem, possibilitando assim a criação de novos tratamentos.
A equipe de pesquisa pretende verificar se os mesmos desequilíbrios de SOD1 são encontrados em amostras de tecido humano, o que é crucial para confirmar a relevância de suas descobertas no tratamento de pacientes. Além disso, eles planejam testar medicamentos já existentes para corrigir a deficiência de metais no SOD1 em modelos de camundongos, o que pode levar ao uso de medicamentos conhecidos para tratar a ELA.
Esta descoberta é fundamental para a pesquisa sobre ELA, estabelecendo um novo padrão para o estudo de outras doenças cerebrais em nível molecular. Ao oferecer vistas detalhadas das estruturas proteicas em seu estado natural, o NAMS pode transformar a forma como os cientistas investigam diversas condições e desenvolver novos métodos de tratamento.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-50514-7e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Oliver J. Hale, Tyler R. Wells, Richard J. Mead, Helen J. Cooper. Mass spectrometry imaging of SOD1 protein-metal complexes in SOD1G93A transgenic mice implicates demetalation with pathology. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-50514-7Compartilhar este artigo